26/04/2014

40 ANOS NO DESERTO (ano 40)

Entretanto passaram 39 anos desde que Abib foi instituído o primeiro mês do ano, dias antes de o povo de Israel sair do Egipto. Chegámos agora ao princípio do 40º ano da estadia de Israel no deserto. Os acontecimentos voltam a precipitar-se.

40º ano (ano 2552 AH) – 1º mês
No primeiro mês, toda a congregação chegou ao deserto de Zim; o povo ficou em Cades. Ali morreu Miriam e ali foi sepultada (Num 20:1).

Gerou-se uma nova contenda por causa da falta de água. “Oxalá tivéssemos perecido quando expiraram nossos irmãos perante o Senhor” (Num 20:3), referindo-se a um episódio semelhante 39 anos antes, de Massá e Meribá (Ex 17:1-7), mas a não confundir com esse.
Em Ex. 17, o Senhor dissera a Moisés para ferir a rocha, agora diz-lhe para falar à rocha, mas Moisés feriu a rocha duas vezes com a sua vara. – São estas as águas de Meribá (Num 20:13), que significa conflito, como em Ex 17.

De Cades, enviou Moisés mensageiros ao rei de Edom, pedindo permissão para passar pela terra dos filhos de Esaú (Esaú = Edom), que habitavam em Seir. (Num 20:14-21; Dt 2:4-8). Mas Edom não os deixou passar. Israel não foi autorizado a pelejar contra Edom, porque aquela terra fora dada a Edom. Por isso, Israel desviou-se (Num 20:14-21).

Então partiram de Cades e foram ao monte de Hor, nos confins da terra de Edom.

40º ano (ano 2552 AH) – 5º mês
Dia 1 - Arão morre no monte de Hor (Num 20:22-29), no quinto mês, que é Ab, no primeiro dia do mês. Arão tinha 123 anos (Num 33:38). Tinha 83 anos (ano 2512 AH) quando Moisés e ele foram falar a Faraó (Ex 7:7) antes do êxodo.

Israel chora a Arão 30 dias, o que nos leva ao 6º mês.

40º ano (ano 2552 AH) – 6º mês

Israel peleja contra o cananeu, rei de Arade, que habitava no Neguebe e destrói-o em Hormá (Num 21:1-3). É a primeira vitória de Israel.

Então partiram do monte Hor, pelo caminho do Mar Vermelho, a rodear a terra de Edom (Num 21:4). Isto é, voltaram para sul, a caminho de Elate e Eziom-Geber, na ponta norte do Mar Vermelho, para depois seguir novamente em direção norte a caminho do deserto de Moabe (Dt 2:4-8). (Ver mapa no final da mensagem)

Neste caminho passaram por e acamparam em Zalmona (Num 33:41) e em Punom (Num 33:42).

O povo tornou-se impaciente no caminho. Em Punom ocorre o episódio da serpente abrasadora (Num 21:5-9). Depois partiram e acamparam em Obote (Num 21:10; Num 33:43)

Partiram de Obote e acamparam em Ijé-Abarim (= as ruinas de Abarim), no termo de Moabe (Num 33:44; Dt 32:49), no deserto que está defronte de Moabe, para o nascente. Não se consegue perceber se Ijé-Abarim está na margem sul ou norte do Zered, que é a fronteira sul da terra de Moabe.

Em Num 21 estão referidos alguns acampamentos que não aparecem em Num 33, e vice-versa. Parece que Num 33 dá os grandes pontos de paragem, mas poderá haver vários outros locais de passagem. Não se conhece a localização geográfica da maior parte destes lugares.

Mas temos neste período um ponto cronológico importante, que é a passagem do ribeiro de Zerede (Dt 2:13-14). O ribeiro de Zerede desagua no extremo sul do Mar Morto, vindo do oriente, e formava a fronteira sul da região de Moabe.

- O tempo que caminhámos desde Cades-Barneia até passarmos o ribeiro de Zerede foram 38 anos, até que toda aquela geração dos homens de guerra se consumiu do meio do arraial (Dt 2:14).

Vimos na mensagem anterior que foi aproximadamente no 6º mês que os espias voltaram de espiar a terra e que foram obrigados a voltar para o deserto. Desde aquele momento até à passagem do ribeiro de Zerede foram exatamente 38 anos, mês por mês.


40º ano (ano 2552 AH) – do 7º ao 10º mês aproximadamente
Depois de passarem o ribeiro de Zerede, passaram os territórios de Moabe, que também não foram autorizados a molestar, até chegarem ao ribeiro de Arnom. Então Israel mandou mensageiros a Seom, rei dos amorreus, pedindo passagem, que não lhes foi dada (Num 21:21-35).

O ribeiro de Arnom era a fronteira de Moabe, entre Moabe e os amorreus (Num 21:13). A norte do Arnom era território do rei de Seom, amorreu (Num 21:13). O Arnon desagua no Mar Morto, mais ou menos ao meio, vindo do oriente.

- Eis aqui na tua mão tenho dado a Seom, amorreu, rei de Hesbom, e a sua terra; passa a possuí-la e contende com eles em peleja (Dt 2:24-35; Num 21:21-31).

Depois de passaram o ribeiro de Arnom, Israel conquistou a terra de Seom, desde Arnom até Jaboque, dos filhos de Amon, que Israel também não era autorizado a molestar (Dt 2:19). O Jaboque desagua no Jordão, vindo do oriente, a cerca de 50 km a norte do Mar Morto.

A primeira grande batalha e vitória contra Seom foi em Jaza (Dt 2:32); depois tomaram todas as suas cidades; e assim Israel habitou na terra dos amorreus (Num 21:31).

É no território de Seom que se situa Hesbon e os acampamentos de Dibon-Gade e Almon-Diblataim.

Depois mandou Moisés espiar a Jazer; tomaram as suas aldeias e desapossaram os amorreus (Num 21:32). Ainda subiram o caminho de Basã, mais a norte e a oriente do território de Amom, e feriram a Ogue, rei de Basã, e tomaram posse da sua terra (Num 21:33-35; Dt 3:1-11). É toda esta região que ficaria mais tarde de posse para Ruben, Gade e a meia tribo de Manassés (Dt 3:12-17).

Partiram [dos montes de Abarim?] e acamparam-se nas campinas de Moabe, junto ao Jordão, na altura de Jericó (Num 33:48). Acamparam-se junto ao Jordão, desde Bete-Jesimote até Abel-Sitim, nas campinas de Moabe (Num 33:49).

É nesse tempo que Balaque, com medo porque viu o que Israel fizera aos amorreus, mandou chamar a Balaão para amaldiçoar Israel (Num 22-24).

Habitando Israel em Sitim, nas campinas de Moabe, começou o povo a prostituir-se com as filhas dos moabitas, o que originou uma praga (Num 25).

Passada a praga, O Senhor ordena a Moisés e Eleazar, filho de Arão, para levantar o censo dos filhos de Israel, de 20 anos para cima, os capazes de sair à guerra (Num 26). Entre os que foram contados, nenhum houve dos que foram contados por Moisés e pelo sacerdote Arão, quando levantaram o censo dos filhos de Israel, no primeiro dia do segundo mês do segundo ano, no deserto de Sinai (Num 26:64).

Faltava pouco tempo para os 40 anos no deserto chegarem ao fim.

 

 


Fonte: http://www.searchingthescriptures.net/main_pages/free_bible_land_maps/map032.htm

21/04/2014

40 ANOS NO DESERTO (ano 2)

Segundo ano (ano 2514 AH) – 1º mês

No primeiro mês do segundo ano, no primeiro dia do mês levantou-se o tabernáculo; e Arão e os filhos são ungidos para o ofício (Ex 40).
No dia em que Moisés acabou de levantar o tabernáculo, e durante 12 dias seguidos, os príncipes das tribos de Israel, que haviam presidido ao censo, trouxeram as suas ofertas perante o Senhor (Num 7). Depois, a glória do Senhor apareceu a todo o povo e saiu fogo de diante do Senhor e consumiu o holocausto.

Arão e seus filhos, durante os 7 dias que durava a sua consagração, não podiam sair da porta da tenda (Lev 9:33-36). Ao 8º dia foram chamados e cumpriram vários holocaustos como lhes tinha sido ordenado (Lev 9).
Parece ter sido nessa ocasião (não há qualquer interrupção na narrativa) que Nadabe e Abiú ofereceram fogo estranho (Lev 10:1-5) e morreram, por não terem agido de acordo com a lei. Além disso, Moisés indignou-se contra Eleazar e Itamar por não terem comido a oferta pelo pecado no lugar santo, como devia de ser (Lev 10:16-20), ao que Arão respondeu (ver Lev 10:19) com uma justificação, que foi aceite.

Dia 14 – celebração da Páscoa no deserto do Sinai (Num 9), um ano depois da Páscoa celebrada ainda no Egipto.

Segundo ano – 2º mês

Dia 1 – Deus fala a Moisés para levantar o censo à congregação, contando os homens da idade de 20 anos para cima, todos os capazes de sair à guerra. Ajuntaram a congregação, aparentemente no mesmo dia (Num 1:18). Foram contados 603.550, menos os da tribo de Levi, que não foram contados no censo.

A ordem em que são apresentados os números de cada tribo (Num 1) é a mesma ordem segundo a qual as tribos foram organizadas no arraial em volta do tabernáculo e os príncipes ofereceram a sua oferta (Num 7). A única diferença é que o censo inicia-se com Ruben (e as tribos do seu grupo), a ordem do arraial com Judá. O censo deve ter sido feito depois da organização do arraial. A ordem do arraial foi definida e executada com vista à retoma da viagem que sucederia no dia 20 do 2º mês, logo a seguir à segunda Páscoa.
Ordem do censo:

Ruben - Simeão - Gade / Judá - Issacar - Zebulon / Efraim - Manassés - Benjamin / Dã - Aser - Naftali

Ordem das tribos no arraial (fora os levitas que se acampam imediatamente ao redor do tabernáculo):

 
Aser
Naftali
 
Benjamin
 
 
 
Judá
Manassés
 
Tabernáculo
 
Issacar
Efraim
 
 
 
Zebulon
 
Gade
Simeão
Ruben
 


Dia 14 – Há uma segunda celebração da Páscoa para alguns que se achavam imundos no mês anterior (Num 9). Neste grupo incluíam-se Misael e Elzafã, que tinham sido chamados por Moisés para retirem os corpos de Nadabe e Abiú para fora do arraial (Lev 10:4-5).

Dia 20Israel pôs-se em marcha pela primeira vez depois de terem chegado ao Sinai, onde permaneceram quase um ano (Num 10:11-13). “Tempo bastante haveis estado neste monte”, recorda Moisés no final do 40º ano no deserto (Dt 1:3,6). O objetivo era o deserto de Parã (Num 10:12), de onde entrariam na terra prometida (Dt 1:6-8).

Num 10:12 – Os filhos de Israel puseram-se em marcha do deserto de Sinai, jornada após jornada; e a nuvem repousou no deserto de Parã (Num 12:16).

Dia 22 – Desde o Sinai fizeram caminho de 3 dias até ao próximo lugar de descanso (Num 10:33), que é Quibrote-Taavá, primeiro acampamento depois de terem partido do monte do Senhor no deserto do Sinai (Num 33:16).
Ainda antes de chegar a Quibrote-Taavá, queixou-se o povo da sua sorte aos ouvidos do Senhor; ouvindo-o o Senhor, acendeu-se-lhe a ira, e o fogo do Senhor ardeu entre eles, e consumiu extremidades do arraial… o lugar chamou-se Taberá (Num 11:1-3).

O povo veio a ter desejo por carne e queixa-se do maná (Num 11:4-9). Nesta altura, Moisés sente-se sobrecarregado, não conseguindo sozinho levar o povo (Num11:10-30; Dt 1:9-18).

Em Quibrote-Taavá, um vento trouxe codornizes, que provocaram uma praga.

Segundo ano – 3º mês
Comeram carne durante um mês inteiro (Num 11:19-20). Por isso, pelo menos um mês ficaram em Quibrote-Taavá. Ussher fala em 23 dias (??). (Não consegui entender porquê). (Ussher, p.46, § 234)

Por volta do dia 23, saem de Quibrote-Taavá para Hazerote.

Segundo ano – 4º mês
Em Hazerote, Miriam e Arão falam contra Moisés. Miriam ficou 7 dias fora do arraial, e no 8º dia partiram de Hazerote e acamparam-se no deserto de Parã, em Cades-Barneia. Não sabemos quando chegaram a Hazerote e quantos dias lá ficaram (Num12:16;13:26). Era o erguer da nuvem que indicava a partida. Mas se a nuvem se detinha sobre o tabernáculo por dois dias, ou um mês, ou por mais tempo, enquanto pairava sobre ele, os filhos de Israel permaneciam acampados, e não se punham em marcha; mas, erguendo-se ela, partiam (Num 9:22).

Partiram de Hazerote e acamparam no deserto de Parã, a Cades-Barneia (Num12:16 Dt 1:11).
No tempo de Abraão, Cades chamava-se En-Mispate (Gn 14:7). Ficava na fronteira sudeste da Palestina, e na fronteira de Edom (Num 20:16), no deserto de Parã, ou Zim, sendo que os dois nomes são utilizados para indicar o mesmo lugar (Num 13:3, 21, 26; 20:1; 33:36).

Segundo ano – 5º mês
Do deserto de Parã - Cades-Barneia - Moisés envia espias a Canaã. Eram os dias das primícias das uvas (Num13:20). Segundo Jamieson, Fausset & Brown, e Ussher, seria julho/agosto (mês de Av, o 5º mês).

Segundo ano – 6º mês
Os espias voltaram depois de 40 dias.

Trouxeram um cacho de uvas pendurado num ramo de vide, e figos e romãs. Segundo Ussher, é provável que isto tenha sido antes do 7º mês, antes da festa dos tabernáculos, que era celebrada no dia 15 do 7º mês quando a colheita era terminada (Ex 23:16;Lev 23:39; Dt 16:13).
Dez dos doze homens que foram enviados infamaram a terra, incitando com isso todo o povo. Os espias que infamaram a terra morreram de praga (Num 14:36-37).

Deus declarou que todos os que foram contados no censo, de 20 anos para cima, não entrariam na terra prometida, e que morreriam no deserto. – Vossos filhos serão pastores neste deserto 40 anos (Num 14:33).
Apenas Josué e Calebe acreditaram que Deus lhes daria a vitória e receberam a promessa de que possuiriam a terra. Nessa altura, Calebe tinha 40 anos (Js 14:7).

Ora os amalequitas e os cananeus habitam no vale; mudai amanhã de rumo e caminhai para o deserto pelo caminho do Mar Vermelho (Num 14:25).
Aparentemente ainda ficaram muitos dias em Cades (Dt 1:46). Depois seguiram para o deserto, caminho do Mar Vermelho, isto é, em direção ao sul. E muitos dias rodearam a montanha de Seir (Dt 2:1).

Números 33:18-36 elenca os vários acampamentos onde Israel esteve ao longo de 38 anos, desde Hazerote até regressar a Cades (v.36) no 1º mês do 40º ano, quando morre Miriam (Num 20:1), e onde se dá o início das últimas jornadas antes da entrada na terra de Canaã:
Hazerote – Ritmá – Rimom-Perez – Libna – Rissa – Queelata – monte Sefer – Harada – Maquelote – Taate – Tara – Mitca – Hasmona – Moserote – Bene-Jaacã – Hor-Gidgade – Jotbata – Abrona – Eziom-Geber – deserto de Zin, que é Cades (Num 33:18-36).

Estranhei que, a seguir a Hazerote, Cades não é mencionado (Num 33:18), mas Ritmá.
Avaliei outra hipótese: Seria possível que todos os acampamentos acima referidos façam parte da primeira jornada do Sinai até Cades, de onde foram enviados os espias?

No entanto, a hipótese de o v.36 se referir ao primeiro acampamento em Cades (quando os espias foram enviados), revela-se impossível. Há 18 acampamentos entre Hazerote (v.18) e Cades (v.36), mas a jornada do monte Horebe a Cades era de apenas 11 dias (Dt 1:2). Fizeram 3 dias de caminho de Horebe a Quibrote-Taavá. Isto significa que de Quibrote-Taavá, passando por Hazerote, até Cades, não teriam mais de 8 dias de caminho. O relato em Num 10 e 11 e Dt 1:1-8, 19 não dão a entender que Israel teria feito um desvio tão grande para chegar a Cades. Parece evidente que todos os acampamentos de Rimom-Perez a Eziom-Geber pertencem ao período de 38 anos quando Israel foi ordenado regressar ao deserto pelo caminho do Mar Vermelho. Ezion-Geber é um porto, junto à atual Eilat, na margem do Mar Vermelho, na terra de Edom (1Rs 9:26).
Easton’s Bible Dictionary apresenta Ritmá como o lugar do acampamento de Israel perto de Cades.

Se o êxodo do Egipto e o primeiro ano e meio no deserto estão descritos em pormenor, certas partes até são relatadas dia por dia, dos 38 anos no deserto apenas ficaram registados alguns episódios (a rebelião de Coré, a vara de Arão floresce), até que a história retoma no 40º ano, com o regresso a Cades e a morte de Miriam (Num 20:1).

12/04/2014

40 ANOS NO DESERTO (ano 1)

Primeiro ano (ano 2513 AH) – 1º mês

Dia 15 - O povo de Israel partiu de Ramessés no Egipto no primeiro mês do ano 2513 AH, mais exatamente no 15º dia de Abib no dia seguinte à Páscoa (Num 33:3). De Ramessés foram para Sucote.
Acamparam em Sucote (Num 33:5).

De Sucote, partiram para Etã, que está no fim do deserto.
Em Etã receberam ordem para retroceder e acampar defronte de Pi-Hairote, em frente ao mar, onde ficaram aparentemente presos entre o deserto, o mar e o exército de Faraó que, depois do sismo, os perseguiu (Ex 14).

Partiram de Pi-Hairote; atravessaram o mar. De lá, partiram para o deserto de Sur, caminho de 3 dias, até chegarem a Mara (Ex 15:22-26).
De Mara foram para Elim, onde havia fontes de água e palmeiras, um oásis, onde puderam descansar da fuga e retomar forças.

Primeiro ano – 2º mês
No dia 15 do segundo mês, isto é exatamente um mês depois de terem partido de Ramessés, partiram de Elim e, passando pelo Mar Vermelho (Num 33:10-11), rumaram para o deserto de Sim, o que levou o povo novamente a murmurar (Ex 16). O deserto de Sim está entre Elim e o Sinai.

Naquele tempo é dado o maná (pela manhã: o maná, e à tarde, codornizes, Ex16:12-13) e é instituído o sábado do Senhor (Ex 16).
Partiram do deserto de Sim, fazendo suas paradas. A caminho de Refidim (Ex 17:1), passaram por Dofcá e Alus onde acamparam (Num 33:12-14).

Chegando a Refidim, onde acamparam, não havia água para o povo beber (Num 33:14). Moisés fere a rocha em Horebe. O lugar é chamado Massá e Meribá (Ex 17:1-7).
Então veio Amaleque – presumivelmente os hicsos, o povo “amu” (= asiático) que veio também fugindo de uma terra devastada pelo mesmo cataclismo que tocou o Egipto e toda a região – e atacou Israel que encontrou na sua caminhada para o Egipto (ver mensagem sobre os amalequitas).

Dá-se a peleja contra Amaleque, cerca de 5 a 6 semanas depois da saída de Ramessés.
Visita de Jetro, sogro de Moisés. Por conselho de Jetro constituiu cabeças sobre o povo, para julgar (Ex 18).

Primeiro ano – 3º mês
Depois, partiram de Refidim e acamparam no deserto de Sinai, onde chegam no primeiro dia do terceiro mês. No deserto do Sinai, Israel acampou em frente do monte (Ex19:1-2). Isto é: cerca de um mês e meio depois de terem saído de Ramessés.

Ao terceiro dia Deus dá a lei (Ex19), descendo à vista do povo sobre o monte Sinai.
A lei veio 430 anos depois da promessa (Gal 4:17). Relembramos que no ano 2083 morreu Terá e Abrão partiu para Canaã com 75 anos. Recebe a promessa quando chega a Canaã (Gn 12: At 7:5). Estamos no ano de 2513 AH  (2083 + 430).
Moisés permanece por 40 dias e 40 noites no monte (Ex 24:18), onde recebe as instruções relativamente à construção do tabernáculo, sacerdócio e rituais do santuário, e recebe as tábuas da lei (Ex 25 -31).

Primeiro ano – 4º mês
Enquanto Moisés estava no monte, o povo rebelou-se e fizeram o bezerro de ouro (Ex 32).

Moisés desce do monte. Parte as tábuas da lei.
Moisés regressa ao monte, 40 dias e 40 noites. Deus reitera a sua aliança.

Em atenção aos dias já passados, presumivelmente no 6º mês terá iniciado a obra de feitura de todos os elementos constituindo o tabernáculo, por Bezalel, filho de Uri, filho de Hur da tribo de Judá, e Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, ajudados por todo o homem hábil a quem o Senhor dera habilidade e inteligência e cujo coração o impeliu a se chegar à obra para fazê-la (Ex 36:1-2).

No primeiro dia do primeiro mês Moisés tinha ordem para levantar o tabernáculo (Ex 40:1). Será o início do segundo ano no deserto.

05/04/2014

O TEMPO DAS PRAGAS NO EGIPTO

Uma revisão desta teoria foi publicada em 4-11-2019

Quanto tempo passou desde que Moisés falou pela primeira vez com Faraó até à última das pragas, a morte dos primogénitos?

Floyd Nolen Jones (p.70) apresenta um quadro com a cronologia das pragas e demonstra uma duração de 40 dias contados a partir da primeira “praga” (a vara que se tornou em serpente). Regista, porém, nada mais comenta.
O assunto não chamou a minha atenção até ter tomado conhecimento de Velikovsky e a sua teoria de que houve uma grande catástrofe natural na época em que se deu a saída dos filhos de Israel do Egipto. Se os 40 dias, ou uma duração curta aproximada, estão corretos, isto pode ser um aspeto que dá apoio à teoria da catástrofe natural e a contemporaneidade com o Papiro de Ipuwer.

Em geral, as várias pragas são explicadas como ocorrências naturais, de natureza pontual. Por exemplo,no Egipto, o siroco sopra no outono e na primavera. O vento quente também é chamado “khamsin”, o que significa “cinquenta”, porque durante 50 dias no ano este sopro do deserto traz nuvens de pó. Há imagens em que se pode ver o céu escurecido num dia de siroco. O deserto pode trazer nuvens de gafanhotos, que cobrem o céu como uma tela de modo que o sol é obscurecido durante a sua passagem. A cor acastanhada das águas do Nilo, especialmente antes de transbordar, lembra a cor de sangue. As pragas são descritas como desconfortos causados pelo clima.
Mas a ocorrência de uma série de fenómenos juntos, num tão curto espaço de tempo, não é uma situação normal, mas é sinal de uma situação extraordinária, que pode estar associada a uma grande catástrofe natural - que foram as “grandes manifestações de julgamento” que o Senhor avisou Moisés de que iam acontecer (Ex 7:3-4).

Analisemos a história dia a dia no livro do Êxodo.
Dia 1 – Ex 7:10 – Moisés e Arão se chegaram a Faraó. Arão lançou a sua vara, que se transformou em serpente. Os magos do Egipto fizeram a mesma coisa, mas a vara de Arão devorou as deles. Mas Faraó não ouviu e o Senhor diz a Moisés para ir ter com Faraó novamente “pela manhã” (7:15).

Dia 2 – Ex 7:15- Quando Faraó saiu às águas pela manhã, Moisés já estava à espera dele na beira do rio. Moisés e Arão fizeram o que o Senhor lhes tinha ordenado, e a água se tornou em sangue. Os peixes morreram, o rio cheirou mal, não se podia beber.
Dia 9 - Ex 7:25 - Assim se passaram 7 dias, depois que o Senhor feriu o rio.

Dia 10 – Ex 8:1 - Depois disse o Senhor a Moisés para novamente ir ter com Faraó. Subiram rãs.
Dia 11 – Ex 8:8 – Faraó chamou a Moisés e Arão para tirar as rãs. Moisés pergunta a Faraó quando é que ele havia de rogar para que as rãs fossem retirada e ficassem somente no rio. Faraó respondeu: amanhã.

Dia 12 – Ex 8:12 – Moisés clamou ao Senhor conforme tinha combinado com Faraó no dia anterior. Morreram as rãs, que foram ajuntados em montões. Porém, Faraó viu que havia alívio, e não os ouviu.
Dia 13 – Ex 8:16-18 -Desta vez, sem qualquer aviso a Faraó, Moisés e Arão foram instruídos para estender a vara e houve piolhos por toda a terra. O coração de Faraó continua endurecido.

Dia 14 – Ex 8:20—Pela manhã cedo, segundo a ordem do Senhor, Moisés vai apresentar-se a Faraó, que sairá às águas. Desta vez vai enviar enxames de moscas, mas fará distinção entre o povo do Egipto e o povo de Israel. “Amanhã se dará este sinal” (Ex 8:24).
Dia15 – Ex 8:24 – vieram grandes enxames de moscas

Dia 16 ?– Faraó chamou a Moisés …. “amanhã” estes enxames de moscas se retirarão
Dia 17 – Ex 8:31 - Os enxames de moscas se retiraram conforme a palavra de Moisés. Mas ainda esta vez Faraó endureceu o coração.

Dia 18 – Ex 9:1-7 – Novo aviso de Moisés a Faraó: pestilência, com distinção entre os rebanhos do Egipto e os dos israelitas “Amanhã fará o Senhor isto na terra” (v.5)
No dia seguinte,

Dia 19 – Todo o rebanho dos egípcios morreu. Mas Faraó continua endurecido.
Dia 20 – Ex 9: 8-12 – Sem aviso, Moisés e Arão tomaram cinza de forno e o atiraram para o céu e tornou-se em tumores nos homens e nos animais.

Dia 21 – Ex 9:13-26 – Pela manhã cedo, Moisés apresenta-se novamente a Faraó. Eis que amanhã por este tempo farei cair mui grave chuva de pedra. Manda recolher o teu gado.
Dia 22 – Moisés estende a vara para o céu e o Senhor deu trovões, chuva de pedras e fogo misturado, em toda a terra do Egipto, exceto na terra de Gosen.

O linho e a cevada foram feridos, pois a cevada já estava na espiga e o linho em flor. Porém o trigo e o centeio não sofreram dano, porque ainda não haviam nascido.
Dia 23 – Ex 9:27-35 – Faraó manda chamar Moisés. Moisés promete que a chuva de pedras cessará quando ele sair da cidade. A chuva de pedras cessa, mas Faraó continua endurecido.

Dia 24- Ex 10:1-20 – Moisés e Arão apresentam-se a Faraó: se recusares deixar ir o meu povo, eis que amanhã trarei gafanhotos ao teu território. Comerão o restante que escapou à chuva de pedras. Depois de avisar Faraó, Moisés virou-se e saiu da presença de Faraó (v.6). Os oficiais de Faraó tentam convencê-lo a deixar ir os israelitas, porque o Egipto está arruinado (v.7), sem sucesso. Moisés e Arão são expulsos da presença de Faraó.
Moisés estende a sua vara, e o Senhor traz um vento oriental todo aquele dia e aquela noite.

Dia 25 – quando amanheceu, o vento oriental trazia gafanhotos, que cobriram a superfície da terra e devoraram toda a erva, todo o fruto e nada restou de verde nas árvores e no campo.
Dia 26 - Faraó apressou-se a chamar Moisés (v.16). Forte vento ocidental que levantou os gafanhotos e os lançou no mar Vermelho.

Dia 27 – Ex 10:21-23 – Sem aviso a Faraó. Trevas espessas sobre toda a terra do Egipto por 3 dias. Os filhos de Israel tinham luz nas suas habitações.
Dia 30 – Ex 9:24-29 – Faraó manda chamar Moisés. Mas mais uma vez Faraó não aceita as exigências de Moisés e endurece o coração. A partir desse momento, nunca mais se verão (v.26-27). Antes de se retirar da presença de Faraó, em ira, Moisés ainda o avisa “Cerca de meia-noite passarei pelo meio do Egito e todo o primogénito na terra do Egipto morrerá. Haverá grande clamor como nunca houve” (Ex11:1-8).

Estes 30 dias devem ter sido um período de grande tensão para Moisés e Arão. O fim já não demoraria muito. A última praga já foi anunciada. Certamente os israelitas teriam começado a preparar a partida.
É possível que o dia seguinte (ao 30º dia) tenha sido o primeiro dia do mês de Abibe, porque Deus diz a Moisés que “este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano” (Ex12:2) e instrui-o sobre a celebração da Páscoa.

No dia 10 do mês de Abibe, cada um tomará para si um cordeiro … que deverão guardar até ao dia 14 do mês e imolá-lo no crepúsculo da tarde. Comerão o cordeiro naquela mesma noite, preparados para sair. Naquela noite serão feridos os primogénitos do Egipto.
Moisés chamou os anciãos de Israel e instrui-os sobre a Páscoa. Os anciãos terão por sua vez informado todo o povo, para o que necessitariam de uns dias. Mas visto a rapidez em que se sucederam os acontecimentos, transparece uma grande urgência em tudo isto.

Se considerarmos que foi no primeiro dia do mês que Deus disse a Moisés: Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano” (Ex 12:2), seriam mais 14 dias até à saída na noite da Páscoa, depois de o Senhor ferir os primogénitos à meia-noite. E se Moisés recebeu esta instrução depois da nona praga, há um período de cerca de 44 dias desde o primeiro aviso.
No dia 15 de Abibe, no meio da confusão gerada no Egipto, os israelitas puseram-se a caminho, sem oposição.