De Antíoco IV Epifânio a Herodes
O domínio ptolemaico (o rei do sul como é designado em Daniel
11) sobre a Judeia desabou frente ao ascendente poder selêucida (o rei do
norte), na sequência da batalha de Panias no ano 200 a.C., quando Antíoco III o
Grande incorporou a Judeia na Síria selêucida.
No tempo do domínio ptolemaico sobre a Judeia, não havia
indícios fortes de uma política de helenização na Judeia, mas a situação mudou
com a dominação selêucida. O modo de vida helenístico é introduzido na Judeia e
observa-se no uso do idioma grego, na introdução dos deuses gregos, na
educação, nos ginásios, no entretenimento. O novo modo de vida provoca o
afastamento da religião e gera divisão entre o povo. A corrupção grassa entre
os sacerdotes. O sacerdote legítimo da descendência de Zadoque, Onias III, é
afastado e substituído por um sumo-sacerdote ilegítimo, com a conivência de
muitos dos sacerdotes. Os sacerdotes profanaram o templo, deixaram de cumprir
os ritos nomeadamente o sacrifício contínuo. Estes são os “violadores do
concerto” (Dn 11:32). Com tudo isso estava estabelecida a abominação desoladora
(Dn11:31). No topo disso, Antíoco Epifânio (ver post anterior), profana o
templo, mata muitos milhares, proíbe a prática do judaísmo e persegue os fiéis.
Indignado com esta situação, um sacerdote chamado Matatias,
da linhagem de Joiaribe (1Mac 2:1), recusou oferecer sacrifícios pagãos, matou
o emissário de Antíoco que o quis obrigar a tal e fugiu para as montanhas com
os seus filhos. Muitos juntaram-se a eles e revoltaram-se contra a ocupação
síria sob a liderança militar de Judas, cognominado Macabeu (martelo), um dos
filhos de Matatias.
Judas e seu exército conseguem retomar Jerusalém e purificar
o templo. Mas não satisfeitos com isto, prosseguem a luta para conseguir a liberdade
política. Luta que é continuada pelos seus irmãos após a sua morte.
Estabelecidos como chefes pelo povo deram início a uma dinastia que governa na
Judeia, inicialmente sob o domínio sírio, mas que se consegue estabelecer com
governação independente no tempo de João Hircano. Isto foi possível porque o
poder sírio enfraqueceu devido às lutas internas pelo poder enquanto Roma
estava a expandir o seu domínio em volta do Mediterrâneo.
Segue agora uma lista dos governantes da dinastia Asmoneia,
assim chamada pelo nome de um antepassado de Matatias, Asmon. São talvez mais
conhecidos pelo nome de Macabeus, com referência a Judas Macabeu e o nome dos
livros deuterocanónicos 1 e 2 Macabeus.
A dinastia Asmoneia abrange o tempo desde a morte de Antíoco
IV Epifânio até à chegada ao poder de Herodes, um período de cerca de 120 anos.
1. Judas Macabeu (164-160)
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Antíoco V
Eupator (164-162) (filho de Antíoco IV Epifânio)
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2. Jonatas (160-142)
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Demétrio I
Soter (162-151) (filho de Seleuco
Alexandre
Balas (151-146) (filho de Antíoco Epifânio)
Demétrio II
Nicator (146-145)
Antíoco VI
(145-143) (filho de Alexandre Balas)
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3. Simão (142-134)
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Diódoto
Trifão (143-139)
Antíoco VII
(139-131)
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4. João Hircano (134-104)
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Demétrio II
Nicator (131-129)
Alexandre II
(129-127)
Seleuco V
Nicator (127-126)
Antíoco VIII
(126-114)
Antíoco X de
Cizico (114-97)
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5. Aristobulo I (104-103)
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6. Alexandre Janeu (103-76)
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Seleuco VI
(97-95)
Antíoco XI
(94-93)
Filipe
Demétrio III (93-84)
Tigranes
(84-69
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7. Salomé Alexandra (76-66)
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8. Aristobulo II (66-63)
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Antíoco XII
(69-63)
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9. Hircano II (63-40)
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Em 63 a
Síria torna-se uma província romana.
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10. Antígono (40-37)
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Não há menção expressa das figuras desta dinastia no cânone
da nossa Bíblia. Mas podem ser eles a que se refere o “pequeno socorro” (Dn
11:34) (ver mensagem anterior).
Quando lemos a história nos livros dos Macabeus (até à morte
de Simão) e nas Antiguidades de Josefo, todo aquele período é de contínuas
guerras pelo poder, tanto a nível externo como a nível interno. Só no tempo de Simão
atinge-se uma certa estabilidade – “a terra gozou de repouso” (1Mac 14:4) - e
no tempo de João Hircano, um elevado nível de prosperidade (Ant.13.10.4-5). Depois
de João Hircano, em cujo tempo Israel consegue a independência da Síria, começa,
com Aristobulo, uma monarquia profana e tirânica até à tomada do poder por
Herodes (Dn 11:36 – este rei). Tudo parece dar a entender que os versículos de
Daniel 11:32-35 cobrem todo aquele período, culminando no tempo de Herodes.
Não é meu intento fazer um relato extenso da história dos
acontecimentos no tempo da dinastia Asmoneia. Mas da sua história, que podemos
ler com pormenor nos livros de 1 e 2 Macabeus e nas Antiguidades de Josefo, importa
salientar alguns aspetos que têm relação com o caso bíblico e que ajudam a
compreender as visões de Daniel e as particularidades daquele último período
antes da (primeira) vinda de Jesus.
O sumo-sacerdote, o “príncipe do concerto”
Na mensagem anterior vimos que com a usurpação do
sumo-sacerdócio por Jasão e Menelau, no tempo de Antíoco Epifânio, e o
assassinato do legítimo sumo-sacerdote Onias III, o príncipe do concerto foi
quebrado (Dn11:22) e nunca mais foi restaurado.
Jasão teve de fugir. Menelau acabou por ser executado por
Antíoco Eupator. Depois dele, um sacerdote (mas não da linhagem de Zadoque)
chamado Alcimo procurou o sumo-sacerdócio para si, junto do rei Demétrio, e
incita este contra Judas Macabeu.
Desde que Jasão e Menelau compraram de Antíoco Epifânio o
cargo de sumo-sacerdote, que não lhes pertencia de direito, os governantes
estrangeiros passaram a nomear o sumo-sacerdote de Israel. Jónatas, que sucedeu
a Judas Macabeu no comando da resistência armada, foi nomeado sumo-sacerdote
por Alexandre Balas, rei da Síria, em 152 a.C., e simultaneamente foi-lhe
concedido o título de “amigo do rei” (1Mac 10:20). Dois anos depois, Jonatas é
nomeado sumo-sacerdote, bem como estratego e meridarca (1Mac 10:65). O
meridarca governa uma mérida, isto é uma “parte” de um território maior que a
região administrada por um estratego, no caso a Judeia, acrescida de Galileia e
Samaria[1].
A partir de então, o cargo “religioso” de sumo-sacerdote
passou a confundir-se com o de líder político. Quando Simão assume o comando, o
rei Demétrio o confirma como sumo-sacerdote, estratego e etnarca dos judeus
(1Mac 14:38-47). João Hircano, com a morte de Antíoco VII, torna-se
praticamente independente.
À morte de João Hircano, seu filho mais velho Aristobulo I,
resolveu mudar o governo numa monarquia e colocou um diadema na sua cabeça.
Chamou-se a si mesmo “rei” (Ant.13.11.1). Era cruel e reinou apenas um ano,
sucedido pelo seu irmão Alexandre Janeu, outro déspota da pior espécie.
Duas coisas observam-se aqui:
Na mensagem anterior já vimos que desde Jasão e Menelau nunca
mais um sacerdote legítimo da linhagem de Zadoque desempenhou a função de
sumo-sacerdote. O sumo-sacerdote, que é também chamado o “príncipe do concerto”
(Dn 11:22), foi quebrado. Os Macabeus/Asmoneus, que ocupavam o cargo de
sumo-sacerdote, não eram legítimos. Eram de linhagem sacerdotal, mas não de
Zadoque (Ez 44:15). Num certo sentido, a abominação desoladora continuou,
apesar da “purificação do templo” levada a efeito no tempo de Judas Macabeu. Os
sacerdotes normais podiam fazer determinados serviços no templo, oferecer os
sacrifícios, mas não os do Dia da Expiação, estes deviam ser oferecidos pelo
sumo-sacerdote (Lv 16, especialmente v.32). Jesus esteve em Jerusalém para
várias festas durante o seu ministério, mas nunca é mencionado o dia da
Expiação.
Além de sumos-sacerdotes fraudulentos, também eram “reis”
fraudulentos sobre o trono de Israel, não sendo da linhagem de David.
O sacrifício contínuo
Em Daniel 8:11 e 11:31 lemos que foi tirado o contínuo
sacrifício.
O que era o sacrifício contínuo? Era a oferta sobre o altar
de dois cordeiros de um ano, cada dia, continuamente, um pela manhã, o outro
cordeiro à tardinha (Ex 29:38-39). É interessante ler o porquê deste holocausto
contínuo: “Este será o holocausto contínuo por vossas gerações, à porta da
tenda da congregação, perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar
contigo ali. E ali virei aos filhos de Israel, para que por minha glória sejam
santificados. E santificarei a tenda da congregação e o altar; também
santificarei a Aarão e seus filhos, para que me administrem o sacerdócio. E habitarei
no meio dos filhos de Israel, e lhes serei por Deus. E saberão que eu sou o
Senhor, seu Deus, que os tenho tirado da terra do Egipto, para habitar no
meio deles: eu, o Senhor, seu Deus (Ex 29:42-46).
O capítulo 29 de Êxodo fala da santificação dos sacerdotes
para que possam ministrar diante de Deus (1-35), depois fala da expiação pelo
altar (36-37) e a seguir fala do sacrifício contínuo. A santidade do sacerdote
e do altar, e a oferta contínua todos os dias de manhã e da tarde significavam
a presença de Deus no meio do povo.
Todos estes elementos estavam corrompidos desde o tempo de
Antíoco Epifânio: os próprios sacerdotes deixaram de oferecer os sacrifícios e
o sacrifício contínuo foi tirado (o que é corroborado por Daniel e pelo livro
dos Macabeus) e os sumos-sacerdotes, a partir de Jasão, eram todos ilegítimos. Creio
que podemos entender aqui que, por tudo isso, Deus abandonou o seu templo. Apesar
de Judas Macabeu ter purificado o templo e restaurado os sacrifícios, a presença
de Deus já não regressou ao templo.
Do mesmo modo como Ele abandonou o tabernáculo quando a arca
foi levada pelos filisteus, em consequência das profanações dos sacerdotes, os
filhos de Eli (1Sam 2-6). E do mesmo modo, como Ezequiel viu em visão as
abominações feitas pelos sacerdotes de Israel no templo e em consequência viu a
glória de Deus levantar-se e sair do templo (Ez 8-10). Os sacrifícios
continuaram a ser oferecidos no tabernáculo, mas a arca nunca mais lá voltou.
Cerca de 70 anos depois, David levou a arca para uma tenda especialmente
montada em Jerusalém e mais de 100 anos depois de ter sido capturada pelos
filisteus, a arca foi finalmente colocada no templo de Salomão e a glória de
Deus encheu o templo. Quando Ezequiel estava no auxílio, Jerusalém e o templo
foram queimados por Nabucodonosor e Israel foi para o exílio. Deus estava com
eles, no exílio. Quando regressaram a Jerusalém, autorizados pelo decreto de
Ciro, o templo foi reconstruído e dedicado no 7º ano de Dario, e embora já não
houvesse arca, Deus estava no meio deles (Ageu 1:13). No templo visionário de
Ezequiel – que representa espiritualmente a época pós-exílica (ver mensagem O
TEMPLO DE EZEQUIEL 40-48 dezembro 2016)– a glória de Deus encheu o templo (Ez
43:1-4; 44:4).
Anos mais tarde, no tempo de Antíoco Epifânio e dos Asmoneus,
entendemos que Deus abandonou novamente o seu templo. Malaquias, o último
profeta do Velho Testamento, anunciava “eis que eu envio o meu anjo, que
preparará o caminho diante de mim; e, de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o anjo do
concerto, a quem vós desejais; eis que vem, diz o Senhor dos Exércitos” (Mal
3:1). Jesus, a presença de Deus (Emanuel, Deus connosco), voltou ao templo onde
ensinou durante o seu ministério terreno. Mas o seu sacrifício não foi
compreendido, e depois da sua ressurreição, os sacrifícios continuaram a ser
oferecidos pelos sacerdotes no templo enquanto este ficou de pé (até ao ano 70
quando foi destruído definitivamente), embora a obra de Cristo na cruz tivesse
abolido o sistema sacrificial.
A continuação dos sacrifícios e das ofertas
significava a rejeição do Senhor e do seu Messias e era, por conseguinte,
idolatria (estabelecimento da sua própria religião e justiça). Idolatria é
abominação (Is 44:19). Os falsos sacrifícios eram abominações.
Roma
Desde o tempo de Nabucodonosor, Israel perdera a sua
autonomia e a sua terra, e foi governada por quatro sucessivos impérios
mundiais: Babilónia, Pérsia, Grécia e Roma. O Senhor assim o determinou. Era
para a sua proteção, para preservação da vida (Jr 27:12-15). Os judeus seriam
governados e protegidos por impérios mundiais até à vinda do Messias (Dn 2).
Portanto, a revolta política dos Asmoneus para obter a
independência era na verdade contrária aos ensinamentos de Jeremias e Daniel. Contudo,
nunca chegaram a ser rigorosamente independentes.
Dantes eu pensava que o tempo do quarto animal (que
representa o império romano) começava com Herodes, porque ele foi nomeado rei
da Judeia pelo senado de Roma.
Mas desde Judas Macabeu que existiam alianças com Roma e que
através delas a Judeia estava debaixo da proteção do império romano, que estava
em expansão, apesar de o domínio sírio ainda persistir por algum tempo.
Acontece que, tendo ouvido falar da fama dos romanos, Judas Macabeu
enviou uma embaixada a Roma para travar relações de amizade e aliança, e para
conseguir que os libertassem do jugo, visto que o reino dos gregos queria
manter Israel na servidão (1Mac 8:17-18).
“Judas tomara conhecimento da fama dos romanos. Dizia-se que
eram poderosos e valentes, que se compraziam em todos os que se aliassem a
eles, e concediam sua amizade a quantos a eles se dirigissem. Falaram-lhe
também de suas guerras e das valorosas proezas que tinham realizado entre os
gauleses, e como os tinham dominado e tornado seus tributários. E do que haviam
feito na Espanha para se apoderarem das minas de prata e de ouro que lá se
encontram, e como se tornaram senhores de todo esse país pela sua prudência e
perseverança embora a região fosse muito distante deles. Ouviu falar também dos
reis que tinham vindo contra eles das extremidades da terra, como eles os
destroçaram e lhes infligiram graves derrotas, enquanto os outros lhes pagam um
tributo anual … Também Antíoco, o Grande, rei da Ásia, que marchou contra eles
para enfrentá-los com cento e vinte elefantes, cavalaria, carros de guerra e um
enorme exército, foi por eles esmagado. Capturado vivo, obrigaram-no a pagar
ele e seus sucessores, um pesado tributo, além da entrega de reféns e da cessão
de territórios …. Tendo os da Grécia conjurado para ir exterminá-los, os
romanos, sabendo do plano, enviaram contra eles um só general para os debelar
…Quanto aos outros reinos e às ilhas que lhes tinham resistido, os romanos os
destroçaram e submeteram. Com os seus amigos, porém, e com os que se fiavam no
seu apoio, eles mantiveram sua amizade (1Mac 8:1-11).
A aliança de amizade recíproca com os romanos por Judas
Macabeu foi renovada com Jonatas (1Mac 12:1), depois com Simão (1Mac 14:16;
Ant.13.7.2), e com João Hircano (Ant.13.9.2).
Entretanto, a partir de Simão, Israel passou a gozar de uma semi-independência
da Síria, mas isto chegaria ao fim com Aristobulo II. Quando Alexandre Janeu
morre, ele é sucedido no trono pela sua mulher Salomé Alexandra, que reinou 9
anos. Como ela não podia ser sumo-sacerdote, nomeou o seu filho Hircano sumo-sacerdote.
Com a morte de Salomé Alexandra, o seu outro filho, Aristobulo II, ascendeu ao
trono. Mas seu irmão Hircano, incentivado por Antipater (governador da Idumeia
e pai de Herodes), inicia uma guerra civil pelo poder na Judeia. Antipater, com
a ajuda de Aretas rei da Arábia, ajuda Hircano a conquistar o trono. Nesta
guerra civil, tanto Aristobulo como Hircano procuram obter o apoio de Roma. Mas
aproveitando a desordem, o general romano Pompeu toma Jerusalém, e restaura o
sumo-sacerdócio a Hircano enquanto Aristobulo é preso em Roma. Em 63 a.C. Judeia
passa a ser governada por Roma através de um procurador, mantendo-se o no trono
Hircano, como rei.
Depois de poucos anos, Hircano é destronado por Antígono,
filho de Aristobulo, e este mantém-se no poder na Judeia até que Roma designa
Herodes como rei da Judeia em 40 a.C.
Considerando que a Judeia, com os Asmoneus, esteve em aliança
com Roma, e debaixo da sua proteção, já no tempo de Judas Macabeu e finalmente
integrada no império romano em 63 a.C., e que, até à nomeação de Herodes como
rei dos judeus, houve 10 governantes na dinastia dos Asmoneus, proponho a
seguinte hipótese: que as 10 pontas que se levantaram do quarto animal (Daniel
7:7-8, 24) são os 10 “reis” dos Asmoneus que governaram em Israel. A outra
ponta que se levanta é Herodes. É diferente dos primeiros, porque não pertence
à mesma dinastia. Diante dele, 3 foram arrancados: Aristobulo, Hircano e
Antígono. Quando lemos a história contada por Josefo, Herodes já está no palco
político na Judeia desde o tempo de Aristobulo, chegando a ter mais poder do
que eles.
Na próxima mensagem, vamos ver mais de perto a história de
Herodes para ver se esta hipótese tem pés para andar.