No primeiro mês do segundo ano, no primeiro dia do mês
levantou-se o tabernáculo; e Arão e os filhos são ungidos para o ofício (Ex
40).
No dia em que Moisés acabou de levantar o tabernáculo, e
durante 12 dias seguidos, os príncipes das tribos de Israel, que haviam
presidido ao censo, trouxeram as suas ofertas perante o Senhor (Num 7). Depois,
a glória do Senhor apareceu a todo o povo e saiu fogo de diante do Senhor e
consumiu o holocausto.
Arão e seus filhos, durante os 7 dias que durava a sua
consagração, não podiam sair da porta da tenda (Lev 9:33-36). Ao 8º dia foram
chamados e cumpriram vários holocaustos como lhes tinha sido ordenado (Lev 9).
Parece ter sido nessa ocasião (não há qualquer
interrupção na narrativa) que Nadabe e Abiú ofereceram fogo estranho (Lev
10:1-5) e morreram, por não terem agido de acordo com a lei. Além disso, Moisés
indignou-se contra Eleazar e Itamar por não terem comido a oferta pelo pecado
no lugar santo, como devia de ser (Lev 10:16-20), ao que Arão respondeu (ver
Lev 10:19) com uma justificação, que foi aceite.
Dia 14 – celebração da Páscoa no
deserto do Sinai (Num 9), um ano depois da Páscoa celebrada ainda no Egipto.
Segundo ano – 2º mês
Dia 1 – Deus fala a Moisés para levantar o censo à congregação, contando os homens da idade de 20 anos para cima, todos os capazes de sair à guerra. Ajuntaram a congregação, aparentemente no mesmo dia (Num 1:18). Foram contados 603.550, menos os da tribo de Levi, que não foram contados no censo.
A ordem em que são apresentados os números de cada tribo
(Num 1) é a mesma ordem segundo a qual as tribos foram organizadas no arraial
em volta do tabernáculo e os príncipes ofereceram a sua oferta (Num 7). A única
diferença é que o censo inicia-se com Ruben (e as tribos do seu grupo), a ordem
do arraial com Judá. O censo deve ter sido feito depois da organização do
arraial. A ordem do arraial foi definida e executada com vista à retoma da
viagem que sucederia no dia 20 do 2º mês, logo a seguir à segunda Páscoa.
Ordem do censo:
Ruben - Simeão - Gade / Judá - Issacar - Zebulon / Efraim - Manassés - Benjamin / Dã - Aser - Naftali
Ordem das tribos no arraial (fora os levitas que se
acampam imediatamente ao redor do tabernáculo):
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Dã
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Aser
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Naftali
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Benjamin
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Judá
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Manassés
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Tabernáculo
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Issacar
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Efraim
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Zebulon
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Gade
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Simeão
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Ruben
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Dia 14 – Há uma segunda celebração
da Páscoa para alguns que se achavam imundos no mês anterior (Num 9). Neste
grupo incluíam-se Misael e Elzafã, que tinham sido chamados por Moisés para
retirem os corpos de Nadabe e Abiú para fora do arraial (Lev 10:4-5).
Dia 20 – Israel pôs-se em marcha pela primeira vez depois de terem chegado ao
Sinai, onde permaneceram quase um ano (Num 10:11-13). “Tempo bastante haveis estado neste monte”, recorda Moisés no final
do 40º ano no deserto (Dt 1:3,6). O objetivo era o deserto de Parã (Num 10:12),
de onde entrariam na terra prometida (Dt 1:6-8).
Num 10:12 – Os filhos de Israel puseram-se em marcha do
deserto de Sinai, jornada após jornada;
e a nuvem repousou no deserto de Parã (Num 12:16).
Dia 22 – Desde o Sinai fizeram
caminho de 3 dias até ao próximo lugar de descanso (Num 10:33), que é
Quibrote-Taavá, primeiro acampamento depois de terem partido do monte do Senhor
no deserto do Sinai (Num 33:16).
Ainda antes de chegar a Quibrote-Taavá, queixou-se o povo da sua sorte aos ouvidos
do Senhor; ouvindo-o o Senhor, acendeu-se-lhe a ira, e o fogo do Senhor ardeu
entre eles, e consumiu extremidades do arraial… o lugar chamou-se Taberá
(Num 11:1-3).O povo veio a ter desejo por carne e queixa-se do maná (Num 11:4-9). Nesta altura, Moisés sente-se sobrecarregado, não conseguindo sozinho levar o povo (Num11:10-30; Dt 1:9-18).
Em Quibrote-Taavá, um vento trouxe codornizes, que
provocaram uma praga.
Segundo ano – 3º mês
Comeram carne durante um mês inteiro (Num 11:19-20). Por
isso, pelo menos um mês ficaram em Quibrote-Taavá. Ussher fala em 23 dias (??).
(Não consegui entender porquê). (Ussher, p.46, § 234)
Por volta do dia 23, saem de Quibrote-Taavá para
Hazerote.
Segundo ano – 4º mês
Em Hazerote, Miriam e Arão falam contra Moisés. Miriam
ficou 7 dias fora do arraial, e no 8º dia partiram de Hazerote e acamparam-se
no deserto de Parã, em Cades-Barneia. Não sabemos quando chegaram a Hazerote e quantos
dias lá ficaram (Num12:16;13:26). Era o erguer da nuvem que indicava a partida.
Mas se a nuvem se detinha sobre o tabernáculo
por dois dias, ou um mês, ou por mais tempo, enquanto pairava sobre ele, os
filhos de Israel permaneciam acampados, e não se punham em marcha; mas, erguendo-se
ela, partiam (Num 9:22).
Partiram de Hazerote e acamparam no deserto de Parã, a
Cades-Barneia (Num12:16 Dt 1:11).
No tempo de Abraão, Cades chamava-se En-Mispate (Gn
14:7). Ficava na fronteira sudeste da Palestina, e na fronteira de Edom (Num
20:16), no deserto de Parã, ou Zim, sendo que os dois nomes são utilizados para
indicar o mesmo lugar (Num 13:3, 21, 26; 20:1; 33:36).
Segundo ano – 5º mês
Do deserto de Parã - Cades-Barneia - Moisés envia espias
a Canaã. Eram os dias das primícias das uvas (Num13:20). Segundo Jamieson,
Fausset & Brown, e Ussher, seria julho/agosto (mês de Av, o 5º mês).
Segundo ano – 6º mês
Os espias voltaram depois de 40 dias.
Trouxeram um cacho de uvas pendurado num ramo de vide, e
figos e romãs. Segundo Ussher, é provável que isto tenha sido antes do 7º mês,
antes da festa dos tabernáculos, que era celebrada no dia 15 do 7º mês quando a
colheita era terminada (Ex 23:16;Lev 23:39; Dt 16:13).
Dez dos doze homens que foram enviados infamaram a terra,
incitando com isso todo o povo. Os espias que infamaram a terra morreram de
praga (Num 14:36-37).
Deus declarou que todos os que foram contados no censo,
de 20 anos para cima, não entrariam na terra prometida, e que morreriam no
deserto. – Vossos filhos serão pastores
neste deserto 40 anos (Num 14:33).
Apenas Josué e Calebe acreditaram que Deus lhes daria a
vitória e receberam a promessa de que possuiriam a terra. Nessa altura, Calebe
tinha 40 anos (Js 14:7).
Ora
os amalequitas e os cananeus habitam no vale; mudai amanhã de rumo e caminhai
para o deserto pelo caminho do Mar Vermelho (Num 14:25).
Aparentemente ainda ficaram muitos dias em Cades (Dt
1:46). Depois seguiram para o deserto, caminho do Mar Vermelho, isto é, em direção
ao sul. E muitos dias rodearam a montanha de Seir (Dt 2:1).
Números 33:18-36 elenca os vários acampamentos onde
Israel esteve ao longo de 38 anos, desde Hazerote até regressar a Cades (v.36)
no 1º mês do 40º ano, quando morre Miriam (Num 20:1), e onde se dá o início das
últimas jornadas antes da entrada na terra de Canaã:
Hazerote – Ritmá – Rimom-Perez – Libna – Rissa – Queelata
– monte Sefer – Harada – Maquelote – Taate – Tara – Mitca – Hasmona – Moserote –
Bene-Jaacã – Hor-Gidgade – Jotbata – Abrona – Eziom-Geber – deserto de Zin, que
é Cades (Num 33:18-36).
Estranhei que, a seguir a Hazerote, Cades não é
mencionado (Num 33:18), mas Ritmá.
Avaliei outra hipótese: Seria possível que todos os
acampamentos acima referidos façam parte da primeira jornada do Sinai até
Cades, de onde foram enviados os espias?
No entanto, a hipótese de o v.36 se referir ao primeiro acampamento
em Cades (quando os espias foram enviados), revela-se impossível. Há 18
acampamentos entre Hazerote (v.18) e Cades (v.36), mas a jornada do monte
Horebe a Cades era de apenas 11 dias (Dt 1:2). Fizeram 3 dias de caminho de
Horebe a Quibrote-Taavá. Isto significa que de Quibrote-Taavá, passando por
Hazerote, até Cades, não teriam mais de 8 dias de caminho. O relato em Num 10 e
11 e Dt 1:1-8, 19 não dão a entender que Israel teria feito um desvio tão
grande para chegar a Cades. Parece evidente que todos os acampamentos de Rimom-Perez
a Eziom-Geber pertencem ao período de 38 anos quando Israel foi ordenado
regressar ao deserto pelo caminho do Mar Vermelho. Ezion-Geber é um porto,
junto à atual Eilat, na margem do Mar Vermelho, na terra de Edom (1Rs 9:26).
Easton’s Bible Dictionary apresenta Ritmá como o lugar do
acampamento de Israel perto de Cades.
Se o êxodo do Egipto e o primeiro ano e meio no deserto
estão descritos em pormenor, certas partes até são relatadas dia por dia, dos
38 anos no deserto apenas ficaram registados alguns episódios (a rebelião de
Coré, a vara de Arão floresce), até que a história retoma no 40º ano, com o regresso
a Cades e a morte de Miriam (Num 20:1).
Deut.2:14 diz: "E os dias que caminhamos, desde Cades-Barneia até passarmos o ribeiro de Zerede, foram trinta e oito anos, até que toda aquela geração dos homens de guerra se consumiu do meio do arraial, como o Senhor lhes jurara".
ResponderEliminarSua contagem dos 38 anos: "Parece evidente que todos os acampamentos de Rimom-Perez a Eziom-Geber pertencem ao período de 38 anos". Há alguma incoerência?