Neemias 12:10-11 – E JESHUA gerou a JOIAQUIM, e Joiaquim
gerou a ELIASIB, e Eliasib gerou a JOIADA. E Joiada gerou a JÓNATAS, e Jónatas
gerou a JADUA.
Estes são os últimos sacerdotes mencionados no texto bíblico,
sem contar Anás e Caifás no Novo Testamento.
Durante o exílio, não havendo templo, não havia um lugar
para o sacerdote desempenhar as suas funções. Porém, a linhagem familiar foi
preservada. E JESHUA, filho de
Jozadaque, filho de Seraías (o último sacerdote em Jerusalém antes da
destruição), estava entre os que voltaram primeiro a Jerusalém, com Zorobabel
(Ed 3:2).
Seraías fora morto por Nabucodonosor (2Rs 25:18-21; Jr
52:24-27) e Jozadaque, seu filho, levado em cativeiro (1Cr 6:15). É possível
que Jeshua já tinha nascido, mas mais provável que nasceu no exílio, não sendo
mencionado entre os exilados. O cativeiro, desde a queda de Jerusalém até ao
decreto de Ciro, durou cerca de 51 anos (os 70 anos contam-se a partir do 3º
ano de Jeoaquim).
De Jeshua a Jadua são 6 sacerdotes. JADUA recebe Alexandre o
Grande em Jerusalém, na data de 332 a.C. aproximadamente. A história é contada
por Josefo, que também diz que Jadua terá morrida pouco tempo depois.
NOTA: Relativamente a este período, veja-se a página com a
CRONOLOGIA DAS 7 SEMANAS e a explicação da cronologia dos eventos em Esdras,
Ester e Neemias nas mensagens CRONOLOGIA 7 SEMANAS publicadas em outubro e novembro
2015.
Segundo a cronologia consensual, o decreto de Ciro aconteceu
em 536 a.C. e Jadua recebeu Alexandre em Jerusalém em 332 a.C.. São 204 anos, ou uma duração média de 34 anos
para cada.
Isto significa uma média de 20 anos para o sumo-sacerdócio
destas seis personagens durante este período.
No entanto, cerca de 37 anos depois do regresso, no tempo de
Neemias, já encontramos Eliasib como sumo-sacerdote. O que quererá dizer que já
passou o período de função de Jeshua e Joiaquim. O que dá uma média de 41 anos para
os 4 restantes. Um tempo bastante longo, mas ainda exequível no limite.
JESHUA é
enfaticamente referido, sempre, como HA-KOHEN HA-GADHOL, literalmente o grande
sacerdote, ou o sumo-sacerdote em português (Ageu 1:1, 12, 14; 2:2, 4; Zac 3:1,
8; 6:11).
Ele é o sumo-sacerdote quando regressa com Zorobabel. Ele
está entre os que se levantaram, no 7º mês desse ano, para edificar o altar
para oferecer os holocaustos (Ed 3:2). No 2º ano, no 2º mês, levantou-se para
vigiar a obra na casa de Deus (Ed 3:8-9). Foram, porém, impedidos de continuar
a obra, que cessou até o 2º ano do rei Dario (Esdras 4), isto é, cerca de 17
anos depois, no 19º ano do regresso. Incentivados pela palavra dos profetas
Ageu e Zacarias, Zorobabel e Jeshua tomaram alento e começaram a edificar a
casa de Deus. A construção acabou no 6º ano de Dario. O templo é dedicado no
ano 24 depois do regresso.
As últimas referências a Jeshua datam do 2º ano de Dario,
quando são colocados os fundamentos do templo (Esdras 5, Ageu). Jeshua aparece
em duas visões de Zacarias (Zc 3 e 6:9-15), presumivelmente no 2º ano de Dario
ou pelo menos antes do 4º ano (Zc 7:1).
Também da linhagem de Eleazar, filho de Seraías (o sumo
sacerdote que foi morto por Nabucodonosor) e portanto irmão de Jozadaque (Ed
7:1-5), ESDRAS desempenha um papel muito
ativo que parece ser o de “segundo” sacerdote, como vimos existir no período da
monarquia. Ele dirige a leitura da lei no ano do regresso, no 7º mês quando
todos se juntaram em Jerusalém para edificar o altar (Ed 3:1-6) e celebrar a
festa dos tabernáculos (Ne 8). Ele voltou a Babilónia (embora isto não seja
mencionado), de onde subiu novamente para Jerusalém no 7º ano de Artaxerxes (que já
defendemos ser Dario ver mensagens sobre A CRONOLOGIA DAS SETE SEMANAS)
para levar ouro e prata para ornar a casa do Senhor que acabou de ser
construída no final do 6º ano de Dario, no ano anterior ao regresso de Esdras a
Jerusalém. E Esdras levanta-se no caso dos casamentos com mulheres estrangeiras
(Ed 9 e 10).
Não há dúvida de que o Esdras que veio com Zorobabel é a
mesma pessoa que o Esdras que subiu da Babilónia 22 anos depois, no 7º ano de
Artaxerxes/Dario. Isto porque em ambos os casos é designado com as duas funções
de sacerdote e de escriba. Ele era “o escriba das palavras dos mandamentos do
Senhor, e dos seus estatutos sobre Israel” (Ed 7:11).
No 1º
ano,7º mês: Neemias 8:1,2, 4,
9,13
No 7º ano: Esdras
7:6, 11, 21
Esdras ainda está presente na dedicação dos muros, agora
apenas na qualidade de “escriba” (Ne 12:36), presumivelmente com a idade
avançada de perto de 100 anos. Como filho de Seraías nasceu ainda antes da
queda de Jerusalém ou muito pouco depois já no cativeiro. Do ano 3418 AH (queda
de Jerusalém sob Nabucodonosor) a 3516, ano da dedicação dos muros no 32º ano
de Dario, são 98 anos.
Assim também está rejeitada a teoria de que o Artaxerxes de
Esdras seria Artaxerxes Longimano, que reinou depois de Xerxes (e Xerxes
sucedeu a Dario).
Não sabemos exatamente quando JESHUA é sucedido por JOIAQUIM, seu filho. Mas Joiaquim não terá
tido um mandato muito longo. Isto porque encontramos ELIASIB, seu filho, como sumo-sacerdote (HA-KOHEN HA-GADHOL) quando
começa a reedificação do muro (Ne 3:1) depois da vinda de Neemias a Jerusalém
no 20º ano de Artaxerxes (que ainda é o mesmo Dario).
ELIASIB foi sumo-sacerdote no tempo de Neemias o governador.
- ano 3515 AH.
No ano 32 de Artaxerxes/Dario, Neemias voltou para Babilónia (Ne 13:6),
mas regressou novamente a Jerusalém depois de algum tempo. Quando regressou a
Jerusalém, Neemias viu que o povo tinha voltado a cair em pecado. Não guardaram
o sábado, deixando as portas abertas aos mercadores (Ne 13:15-22) e casaram-se
com mulheres estrangeiras (Ne 13:23-29).
Também foi o caso de Eliasibe o sacerdote – que se tinha aparentado com
Tobias (Ne 13:4-8) – e de um dos filhos de Joiada, filho de Eliasib – que era
genro de Sambalat, o horonita (Ne 13:28). Sambalat e Tobias eram inimigos dos
judeus que tinham tentado impedir a construção do muro (Ne 6).
JADUA
Josefo (Ant.11.317-339) conta que quando Alexandre o Grande
estava cercando Tiro, ele escreveu ao sumo-sacerdote judeu pedindo provisões
para o seu exército. O sumo-sacerdote recusou, tendo jurado fidelidade ao rei
persa. Alexandre ficou muito zangado e ameaçou com uma expedição contra
Jerusalém. Depois do cerco de Tiro e a conquista de Gaza, Alexandre marchou
para Jerusalém. Ouvindo isto, o sumo-sacerdote Jadua ficou aterrorizado e
ordenou ao povo que oferecesse sacrifícios e pedisse a Deus que os livrasse. A
seguir, num sonho, Deus disse-lhe para ter coragem, adornar a cidade e abrir as
portas, e que o povo, trajado de vestes brancas, e os sacerdotes nos seus
trajos e ornamentos próprios, recebessem Alexandre. Assim fizeram. Saíram em
procissão, os sacerdotes e a multidão do povo, e encontraram Alexandre num
lugar chamado Safa, de onde se tinha uma vista sobre Jerusalém e o templo. O
exército, que estava na expectativa de saquear a cidade, ficou admirado quando
viu Alexandre aproximar-se do sumo-sacerdote, saudá-lo e adorar a Deus, após o
que entrou pacificamente na cidade e ofereceu sacrifícios no templo. De acordo
com Josefo, Alexandre disse que, quando estava na Macedônia considerando como
poderia obter o domínio na Ásia, ele teve um sonho em que viu este mesmo
sumo-sacerdote com as suas vestimentas, que o exortou a passar o mar, que ele
lhe daria o domínio sobre a Pérsia. Ainda de acordo com Josefo, os judeus
teriam mostrado a Alexandre o livro de Daniel onde estava escrito que alguém
destruiria o reino dos Persas, e ele entendeu que fosse ele mesmo.
Muitos duvidam da historicidade desta narrativa porque não
se encontra em nenhum outro documento escrito, mas é razoável assumir que
Jerusalém foi tomada pacificamente, tendo os líderes judeus se submetido
voluntariamente a Alexandre. E assim evitaram a destruição.
Jadua é uma figura bíblica; é o último sacerdote registado
no livro de Neemias. É descendente de Jeshua que veio com Zorobabel a Jerusalém
depois do exílio. Jeshua gerou a Joiaquim, e Joiaquim gerou a Eliasib, e
Eliasib gerou a Joiada. E Joiada gerou a Jónatas, e Jónatas gerou a Jadua (Ne
12:10-11).
Para o período seguinte, temos que consultar fontes
não-bíblicas.
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