Há claras evidências de uma destruição violenta da cidade.
Os arqueólogos encontraram muros
que colapsaram para o lado de fora. Os muros não foram derrubados de fora para
dentro - o que teria sido o caso se tivessem sido derrubados pelos invasores –
os israelitas -, mas os muros ruíram para fora (Jos 6:20). Assim, criaram uma
rampa de tijolos que permitiram aos israelitas subirem à cidade, cada qual em
frente de si (Jos 6:20).As descobertas de Kathleen Kenyon provam que os muros de Jericó efetivamente ruíram. Além disso, ela descreve que a cidade foi também queimada, e isto depois de terem ruído os muros, exatamente como a Bíblia relata (Jos 6:24):
«The destruction was complete. Walls and floors were blackened or reddened
by fire, and every room was filled with fallen bricks, timbers, and household
utensils; in most rooms the fallen debris was heavily burnt, but the collapse
of the walls of the eastern rooms seems to have taken place before they were
affected by the fire» (citado por Wood, 1990).
A queda do muro da cidade pode bem ter sido
resultado de um tremor de terra. Há amplas evidências de atividade sísmica
naquela região e época. Jericó é localizado no vale do Jordão, uma região
instável onde tremores de terra são frequentes.
Além de
cerâmica, o item que foi encontrado em maior quantidade nas escavações foi
cereal. Garstang e Kenyon encontraram grandes quantidades de cereais
armazenados nas casas. O que é um caso excecional na arqueologia da Palestina.
Que conclusões tirar desta ampla presença de cereal?
A presença destas quantidades de cereais na cidade destruída
é consistente com o relato bíblico. Demonstra que a cidade não caiu em
consequência de um cerco de longa duração. Foram apenas sete dias de acordo com
a Bíblia. Cereais eram um bem precioso
na antiguidade. A colheita de um ano tinha que durar até à próxima ceifa. Normalmente,
os cereais seriam pilhados pelos conquistadores. Aqui, porém, a grande
quantidade de grãos encontrados nas ruinas é consistente com o mandamento de
Deus de que nada na cidade podia ser tomado, a não ser metais preciosos para o
tesouro da casa do Senhor (Jos 6:24). Os israelitas foram proibidos de saquearem
a cidade, o que explicaria a presença do cereal.
A quantidade de cereais encontrada indica também que tinha
sido recentemente colhido. De facto, estava-se na época da ceifa quando os
israelitas passaram o Jordão (Jos 3:15 – o Jordão transbordava sobre todas as
suas ribanceiras, todos os dias da sega).
Um outro aspeto
que comprova a veracidade da história bíblica tem a ver com a localização
estratégica do local. A partir de Jericó há acesso ao coração de Canaã.
Qualquer força militar tentando penetrar na região montanhosa central desde o
oriente teria, necessariamente, de tomar primeiro Jericó. O que Josué e os
Israelitas fizeram.
Tudo isto parece
não deixar dúvidas quanto à veracidade histórica da batalha de Jericó. A
arqueologia comprova o relato bíblico.
No entanto, a
datação tem constituído, e permanece para muitos, um problema, tanto no meio
cristão tradicional como no meio académico. A cronologia bíblica está mais uma
vez em conflito com a cronologia correntemente aceite. O problema é o mesmo que
já abordámos em mensagens anteriores em relação à data do êxodo.
Continuação na próxima mensagem.
Bibliografia
Bryant G. Wood. (1990). Did the Israelites Conquer Jericho? A New Look at the Archaeological
Evidence. Biblical Archaeology Review, Vol.
XVI, No. 2, March/April 1990, pp. 44-58. Acedido
em 11-07-2014 http://www.biblearchaeology.org/post/2008/05/01/Did-the-Israelites-Conquer-Jericho-A-New-Look-at-the-Archaeological-Evidence.aspx
Sem comentários:
Enviar um comentário