08/03/2015

ZERA O ETÍOPE

No 15º ano de Asa, Zera o etíope saiu contra Judá com um exército de um milhão de homens e trezentos carros, e chegou até Maressa. Asa saiu contra ele e ordenou a batalha no vale de Zefatá, perto de Maressa. Asa buscou ao Senhor, e o Senhor feriu os etíopes diante de Asa e diante de Judá, e eles fugiram. Asa e o povo que estava com ele os perseguiram até Gerar, e caíram os etíopes sem restar nem um sequer; porque foram destroçados diante do Senhor e diante do seu exército, e levaram dali mui grande despojo. Feriram as cidades em volta de Gerar e saquearam-nas, e voltaram para Jerusalém (2Cr 14:9-15).

Quem era Zera o etíope?

Segundo Velikovsky, e de acordo com o esquema cronológico que defende, Zerá, que conduziu um exército de etíopes e líbios contra Judá (2Cr 16:8), não é outro que o faraó Amenotepe II do Egipto, sucessor de Tutmés III, que já conhecemos como Sisaque no tempo de Roboão. É possível que houvesse sangue etíope na 18ª dinastia; que a mulher de Tutmés III fosse etíope. Ou era Amenotepe um etíope no trono do Egipto?

A morte de Tutmés III, que teve um reino longo e próspero, foi um sinal para os povos subjugados pelo Egipto insurgirem-se. O facto de Asa ter abolido os altares de deuses estranhos pode ser visto como uma insurreição contra o poder egípcio, bem como cercar as cidades de muros e torres e levantar um grande exército (2Cr 14:3,6-8). Lembremos que com a invasão de Sisaque (Tutmés III) em Judá e Jerusalém, Judá ficou vassalo do Egipto. Israel já o era, tendo Jeroboão tido o apoio do Egipto para juntar a ele as outras tribos.

Amenotepe II marchou com um grande exército para reprimir a rebelião na Síria e em Israel (Retenu). A sua primeira campanha, contra Edom e Ugarit, foi vitoriosa. No seu 9º ano, repetiu a expedição contra Israel. A única batalha foi travada num local designado «y-r’-s-t». De acordo com os anais de Amenotepe II, ele alcançou este lugar um dia depois que o seu exército deixou a fronteira egípcia. O lugar da batalha só pode ter sido no sul de Israel. Amenotepe disse-se vitorioso, porém visto o despojo ser insignificante, foi na verdade uma derrota. Não é de admirar: os monarcas egípcios nunca retratavam os seus fracassos. Se a campanha tivesse sido vitoriosa, não teriam voltado imediatamente para trás. 2 Crónicas mostra que a batalha foi vitoriosa para Judá. E com a insucesso do exército egípcio no sul de Judá, toda a região de Israel e Síria foi libertada do domínio egípcio.

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