09/05/2015

DE JOSIAS AO EXÍLIO (4) - Joaquim

JOAQUIM: 8 ou 18 anos?
 

AH 3405 - 11º ano de Jeoaquim

Jeoaquim morre e o seu filho, Joaquim (Jeconias, Conias), reina em seu lugar.

Joaquim reinou apenas 3 meses e 10 dias. Possivelmente, 3 meses ainda no que é o 11º ano de Jeoaquim, e 10 dias no novo ano, quando é levado para Babilónia, na primavera do ano 3406 (2Cr 36:9-10), que é o tempo quando os reis costumam ir à guerra (2Sam 11:1). O ano 3406  é atribuído a Joaquim, sendo o ano 0 de Zedequias, seu tio paterno, colocado no trono de Judá por Nabucodonosor.

Relativamente à idade de Joaquim, temos um problema a resolver:

2Rs24:8 – Tinha Joaquim dezoito anos quando começou a reinar, e reinou 3 meses em Jerusalém.
2Cr 36:9 – Tinha Joaquim oito anos quando começou a reinar, e reinou 3 meses e 10 dias em Jerusalém.

Muitas traduções consideram “oito” em 2Cr 36:9 um erro de escriba, e substituem por “dezoito”, tal como está em 2Rs 24:8. Por isso, em geral, não damos por esta incongruência.

 Então, afinal, tinha Jeconias (Joaquim) 8 (2Cr 36:9-10) ou 18 (2Rs 24:15) anos quando subiu ao trono de Judá? Porquê esta diferença? Há uma explicação para esta aparente contradição?

 
Várias hipóteses têm sido  avançados ao longo dos anos:

1)      Joaquim tinha de facto 18 anos (literalmente, filho de dezoito anos) quando ascendeu ao trono (2Rs 24:8). Ser “filho de oito anos” (2Cr 36:9) pode referir-se ao facto de a sua dinastia ou reinado ter estado sob o domínio de Nabucodonosor desde o 3º ano do seu pai Jeoaquim, ou seja, 8 anos.

2)      Jeoaquim teria nomeado ou ungido o seu filho para o suceder muito jovem, numa tentativa de segurar o trono através da sua linhagem (de Jeoaquim), a fim de negar o trono ao seu irmão Zedequias.

3)      Josias terá ungido Joaquim, seu neto, para o suceder imediatamente antes do seu encontro com Faraó Neco.

Esta última solução é preferida por Floyd Nolen Jones, que dá a seguinte explicação (traduzido livremente):

Consciente de que os seus filhos eram maus, a esperança do piedoso Josias estaria depositada no seu neto Jeconias (Joaquim), que este  se tornaria uma pessoa melhor, embora ainda com 8 anos apenas. Mas visto que o próprio Josias sucedeu ao seu pai com apenas 8 anos, não teria reservas em colocar tão jovem criança no trono de Judá. Josias estava consciente de que não regressaria da batalha contra os egípcios, que vinham em números muito maiores do que o exército de Judá. E fora profetizado que ele morreria jovem e também antes das maldições que Deus enviaria sobre o reino de Judá (2Rs 22; 2Cr 34). Josias tinha então 39 anos de idade e sabia que a sua hora podia vir rapidamente.

O único caminho bíblico e legal para um neto poder herdar o trono enquanto o pai e tios ainda estavam vivos era através da adopção para o estatuto de filho (ver Gn 48, quando os filhos de José, Efraim e Manassés, são adoptados como filhos por Jacó, de modo a poderem ser herdeiros com igual estatuto que os outros filhos).

Nolen Jones é de opinião que Josias adoptou e nomeou Jeconias/Joaquim como o seu sucessor imediatamente antes do seu encontro fatal com Neco em Megido. Esta hipótese encontra apoio bíblico em Mt 1:11 - “Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos no tempo do exílio em Babilónia”.

Este versículo ocorre na listagem de antepassados de Jesus Cristo. O v.11 afirma que Josias gerou Jeconias (Joaquim era o nome de trono), embora não fosse o seu filho propriamente dito. Embora num sentido bíblico mais amplo seja permitido falar de “gerar” quando se trata de descendentes para além da geração dos próprios filhos, neste caso “Josias gerou” terá acontecido no momento da adopção. Isto é claramente visto no resto da frase: “e seus irmãos”. A alusão é claramente aos dois filhos de Josias: Jeoaquim (pai de Jeconias) e Zedequias (tio de Jeconias e irmão de Jeoaquim). Só neste caso é possível dizer que os filhos de Josias são irmãos de Jeconias/Joaquim!

Se ainda permaneçam dúvidas, Nolen Jones pede para considerar:

“Na primavera do ano mandou o rei Nabucodonosor levá-lo [Joaquim] a Babilónia, com os mais preciosos utensílios da casa do Senhor; e estabeleceu a Zedequias, seu irmão, rei sobre Judá e Jerusalém” (2Cr 36:10).

Como pode Zedequias ser irmão de Joaquim? Apenas sendo plenamente adoptado como filho. Contudo, o povo da terra não acatou a decisão de Josias, colocando em vez dele Jeoacaz no trono. Este foi removido pelo rei do Egipto depois de reinar 3 meses, e Eliaquim/Jeoaquim foi colocado no trono e reinou 11 anos.

Jeconias/Joaquim foi ungido rei quando era criança (2Cr 36:9), mas na realidade só ocupou o trono quando tinha 18 anos de idade (2Rs 24:8-12) – um lapso de 11 anos. Foi também o caso de David, por exemplo.

Além disso, Crónicas aborda a situação da perspectiva dos sacerdotes/templo/Deus, enquanto o livro de Reis a apresenta do ponto de vista histórico/político/trono.

Deste modo está resolvida a “discrepância” ou o “erro de escriba” entre 2Rs 24:8 e 2Cr 36:9.


É uma explicação que me parece aceitável, e possivelmente correta.

Ainda poderia ser acrescentada outro aspecto a seu favor: é Joaquim que é considerado na genealogia de Jesus, e não Zedequias. Joaquim é, portanto, o último rei legítimo no trono de Judá.

Por outro lado, em meu ver, esta explicação não impede que também a primeira hipótese seja válida – Joaquim como “filho de oito anos” (2Cr 36:9) referindo-se ao facto de a sua dinastia ou reinado ter estado sob o domínio de Nabucodonosor desde o 3º ano do seu pai Jeoaquim, ou seja, 8 anos. O Senhor escolheu Nabucodonosor, um rei gentio, e o estabeleceu como “rei dos reis”, a quem todas as nações se deviam submeter, incluindo Israel. Houve aqui uma mudança importante no governo do mundo. “É ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis” (Dn 2:21). É o começo de uma nova era: o tempo dos gentios.

03/05/2015

DE JOSIAS AO EXÍLIO (3) - Jeoaquim

JEOAQUIM

Eliaquim, filho de Josias,  é feito rei por Faraó Neco aos 25 anos, em substituição de Jeoacaz que foi levado para o Egipto, e muda o seu nome em Jeoaquim.

A partir de agora, o fim do reino de Judá aproxima-se a passos largos, e os acontecimentos precipitam-se. As profecias de Jeremias deixam claro que o fim de Jerusalém está perto e que não há como escapar ao domínio da Babilónia e ao exílio, aliás, é aí que residirá a sua salvação. Mas as suas palavras não encontram ouvidos, nem no rei, nem no povo.

AH 3395 - princípio do reinado de Jeoaquim

O livro do profeta HABACUQUE parece datar dos primeiros anos do reinado de Jeoaquim. Habacuque diz “eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa” (1:6). Portanto, os caldeus ainda não tinham vindo. Os caldeus viriam contra Jerusalém no 3º ano de Jeoaquim (Dn 1:1).

No princípio do reinado de Jeoaquim, Jeremias é enviado pôr-se no átrio da casa do Senhor (Jr 26). As profecias que falou por essa ocasião correspondem aos capítulos 7 a 9 (10?): a mensagem junto ao portão do templo. A sua mensagem é de aviso: farei que esta casa seja como Siló (Jr 26:6,9; comparar com 7:12, 14). Do modo como o tabernáculo, que estava em Siló, fora destruído, também o templo seria destruído.

Por causa destas palavras, os sacerdotes, os profetas e todo o povo lançaram mão de Jeremias (Jr 26:7-24), e o acusaram, pedindo a sua morte. Jeremias foi trazido perante um tribunal de príncipes, que ouviram a sua defesa. Os príncipes não o consideram réu de morte e o povo mudou de opinião. Também alguns anciãos defenderam Jeremias. Efetivamente, Jeremias foi protegido pela influência de Aicão (2Rs 22:12 2Cr 34:20), filho de Safã, para que não fosse entregue nas mãos do povo,  para ser morto. Aicão tinha sido um homem de confiança de Josias (2Rs 22:12; 2Cr 34:20).

Outro profeta, Urias, não teve a mesma sorte (Jr 26:20-23). Profetizou a mesma mensagem que Jeremias, mas o rei Jeoaquim procurou matá-lo. Urias fugiu para o Egipto, mas foi perseguido e trouxeram-no de volta para o matar.

AH 3397 – 3º ano de Jeoaquim

No 3º ano de Jeoaquim, Nabucodonosor, da Babilónia, subiu contra Jerusalém e a sitou.  O rei Jeoaquim foi-lhe entregue nas mãos (Dn 1:1-2). Por essa ocasião, Nabucodonosor levou também alguns dos utensílios da casa de Deus para a terra de Sinear, os quais pôs no seu templo.

De acordo com Daniel 1:1-4, por ocasião desta primeira incursão de Nabucodonosor contra Jerusalém, um grupo de jovens foi deportado para Babilónia, constituído de jovens da linhagem real e dos nobres. Entre estes encontrava-se o próprio Daniel e seus amigos, para receberem instrução no palácio do rei da Babilónia.

Judá era agora vassalo de Nabucodonosor. Jeoaquim serviu-o por 3 anos e depois rebelou-se (2Rs 24:1).

Na Babilónia, Daniel e seus amigos foram indicados para receberem instrução no palácio do rei (Dn 1:1-4). Ao fim de 3 anos seriam avaliados e passariam a assistir diante do rei (Dn 1:6).

AH 3398 – 4º ano de Jeoaquim

No 4º ano de Jeoaquim (na primavera ?), Faraó Neco (Jer 46:2) foi, desta vez, derrotado na batalha de Carquemis, junto ao rio Eufrates, por Nabucodonosor. 

 Jr 46 – profecia contra o Egipto (depois da batalha de Carquemis). “A filha do Egito está envergonhada; foi entregue nas mãos do povo do Norte” (Jr 46:24). “O rei do Egito nunca mais saiu da sua terra; porque o rei de Babilónia tomou tudo quanto era dele, desde o Ribeiro do Egito até ao rio Eufrates” (2Rs 24:7).

A batalha de Carquemis é datada 605 a.C. , tendo ocorrida no 21º e último ano de Nabopolassar, rei da Babilónia. Segundo as Crónicas Babilónicas Nabopolassar morreu em 8 de Av (5º mês) e Nabucodonosor voltou para a Babilónia para ocupar o trono como rei da Babilónia em 1 Elul (6º mês).

Segundo Jr 25:1, o 1º ano de Nabucodonosor como rei da Babilónia corresponde ao 4º ano de Jeoaquim.

Nota:

Alguns alegam que há um paradoxo entre Dn 1:1 e Jr 25:1 e, para resolver o paradoxo, dizem que Nabucodonosor veio contra Jerusalém, não no 3º (como está escrito em Dn 1:1), mas no 4º ano de Jeoaquim, depois da derrota do Egipto contra Babilónia em Carquemis, e que Daniel foi levado para Babilónia no 4º ano de Jeoaquim, porque o 4º ano de Jeoaquim é o 1º de Nabucodonosor.

Para justificar isto, argumentam que o 3º ano de Jeoaquim em Dn 1:1 é na realidade o 4º ano de Jeoaquim, porque Daniel teria utilizado a maneira babilónica de acesso ao trono e não a hebraica…

No entanto, esta teoria não tem qualquer apoio bíblico. Dn 1:1 afirma claramente que Nabucodonosor veio contra Jerusalém no 3º ano de Jeoaquim; mas não afirma que foi no 1º de Nabucodonosor. Dn 1:1 é uma simples afirmação de identificação, isto é: o Nabucodonosor que veio e cercou Jerusalém no 3º ano de Jeoaquim é o mesmo que ascendeu ao trono e se tornou rei no ano seguinte (Jr 25:1). E Jr 46:2 diz que Faraó Neco foi ferido em Carquemis no 4º ano de Jeoaquim.

Portanto, Daniel foi levado para Babilónia antes da batalha de Carquemis.

Isto também tem apoio nos 3 anos que Daniel estudou na Babilónia antes de ser avaliado, e a explicação do sonho de Nabucodonosor no 2º ano deste rei (Dn 2:1), como se vê no seguinte esquema:


AH
a.C.
Jeoaquim
Daniel
Nabucodonosor
3397
606
3º ano
1º ano como estudante na Babilónia
Vem contra Judá como príncipe e general do exército
3398
605
4º ano
2º ano
1º ano de Nabucodonosor como rei
3399
604
5º ano
3º ano.
Avaliação.
Explicação do sonho
2ºano
O sonho da estátua
(Dn 2)


Entretanto, em Jerusalém (Jr 25 ):

Jeremias falou durante 23 anos, desde o 13º ano de Josias, mas não foi escutado, agora viria o juizo. Ele avisa o povo de que Deus designou Nabucodonosor como rei dos reis, e que todas as nações (elencadas nos vs. 18-26), incluindo Israel, o deviam servir. “ …Eis que mandarei buscar todas as tribos do Norte, diz o SENHOR, como também a Nabucodonosor, rei da Babilónia, meu servo, e os trarei contra esta terra, contra os seus moradores e contra todas estas nações em redor, e os destruirei totalmente, e os porei por objeto de espanto, e de assobio, e de ruínas perpétuas…Toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos. Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniqüidade do rei da Babilônia e a desta nação, diz o SENHOR, como também a da terra dos caldeus; farei deles ruínas perpétuas. …

Em Jr 46-49 estão as cartas que Jeremias, naquela altura, enviou a todas estas nações.

Ainda no 4º ano de Jeoaquim, Deus ordena a Jeremias de escrever num livro todas as palavras que lhe tinha falado desde o princípio nos dias de Josias (Jer 36:1-4). Para o fazer, Jeremias chamou Baruque, o escriba, filho de Nerias, que escreveu tudo o que Jeremias lhe ditou. Parece que Baruque se lamentou e ficou triste por causa de todos os juizes que viriam, ao que Jeremias lhe respondeu que Deus lhe pouparia a vida (Jr 45:1-5).

AH 3399 – 5º ano de Jeoaquim – 9º mês­­­ (Chislev, novembro/dezembro)

Jr 36:5-10 - Jeremias envia Baruque ler as palavras que escreveu, na casa do Senhor, no dia do jejum apregoado no 9º mês. Não é explicado o porquê deste jejum. Por causa da seca (Jr 14)? Por causa do medo de Nabucodonosor?

Segundo Ussher, este jejum seria em lembrança da calamidade que aconteceu no 3º ano de Jeoaquim.

Jeremias enviou Baruque porque, nessa altura, Jeremias estava impedido de entrar no templo, provavelmente em consequência do que acontecera uns anos antes (Jr 26). Ele não estava efetivamente “encarcerado” (Jr 36:5), porque não há menção de ter sido preso.

Jr 36:5-26 - Um certo Micaías ouviu as palavras e relatou-as a vários príncipes, que ficaram atemorizados. Disseram a Baruque que ele e Jeremias deviam esconder-se (se estivesse preso, não haveria onde esconder-se). Depois levaram o rolo ao rei Jeoaquim e leram-no diante dele. O rei corta o livro com um canivete a lança-o no fogo, apesar de alguns dos príncipes insistirem com ele para não o fazer. O rei deu ordem para prender Baruque e Jeremias, mas o Senhor os havia escondido.

Jr 36:27-32 - Deus diz a Jeremias para escrever tudo de novo e acrescentar-lhe mais.

Acerca de Jeoaquim disse: v.30 «Não terá quem se assente no trono de Davi, e o seu cadáver será largado ao calor do dia e à geada da noite. Castigá-lo-ei e a sua descendência e os seus servos por causa da iniquidade deles; sobre ele, sobre os moradores de Jerusalém e sobre os homens de Judá farei cair todo o mal que tenho falado contra eles, e não ouviram.» (ver também Jr 22:13-19).

Entretanto, na Babilónia, no 2º ano do reinado de Nabucodonosor, o mesmo tem um sonho, o sonho da grande estátua (Dn 2). Este episódio só pode ter ocorrido depois de Daniel e seus amigos terem terminado o seu período de estudos de 3 anos e passado o “exame final” (Dn 1:18-20).

A interpretação do sonho confirma as profecias de Jeremias. Nabucodonosor é “rei de reis, a quem o Deus do céu conferiu o reino, o poder, a força e a glória; em cujas mãos foram entregues os filhos dos homens, onde quer que eles habitem e os animais do campo e as aves dos céus, para que dominasses sobre todos eles” (Dn 2:37-38). Daniel é posto por governador de toda a província da Babilónia. Assim, o mundo estava debaixo da influência de um homem de Deus, Daniel. Agora, ficou claro que rebelar-se contra Nabucodonosor seria rebelar-se contra Daniel e Deus.

AH 3400-3401

Depois de Nabucodonosor ter investido contra Jerusalém no 3º ano de Jeoaquim, este ficou servo de Nabucodonosor por 3 anos, mas depois rebelou-se. Em consequência desta atitude, o Senhor enviou contra Jeoaquim bandos de caldeus, e bandos de siros, e de moabitas e dos filhos de Amom; enviou-os contra Judá para o destruir (2Rs 24:1-4).

Por causa dos exércitos dos caldeus e dos siros, os recabitas foram refugiar-se em Jerusalém (Jr 35:11).

Jr 35 – Jeremias usa o exemplo dos recabitas que continuavam fiel ao código rigoroso estabelecido pelo seu antepassado, ao contrário do povo de Judá que não obedece ao seu Deus.

AH 3404 10º ano de Jeoaquim / 7º ano de Nabucodonosor

Jeremias 52:28 menciona que no 7º ano de Nabucodonosor foram levados para o exílio 3023 judeus.

01/05/2015

DE JOSIAS AO EXÍLIO (2) - Jeoacaz

Sequência dos últimos reis em Judá depois da morte de Josias

1Cr 3:15-16 – “Os filhos de Josias foram: o primogénito, Joanã; o segundo, Jeoaquim; o terceiro Zedequias; o quarto, Salum. Os filhos de Jeoaquim: Jeconias e Zedequias.”

Zedequias era, de facto, o mais novo. Tinha cerca de 9 anos quando Josias morreu. E seria o último a reinar em Judá, depois que Joaquim/Jeconias foi levado para o exílio.
 
 
 
JOSIAS
 
 
 
 
Joanã
 
Eliaquim / JEOAQUIM
(2º)
Idade: 25 anos
Reina 11 anos
Salum / JEOACAZ
(1º)
Idade: 23 anos
Reina 3 meses
Matanias / ZEDEQUIAS
(4º)
Idade: 21 anos
Reina 11 anos
 
JECONIAS / JOAQUIM
(3º)
Idade: 18 anos
Reina 3 meses e 10 dias
 
(
1º),(2º),(3º),(4º) indica a ordem em que reinaram.

JEOACAZ
 
Com a morte de Josias, o povo da terra tomou a JEOACAZ (ou Salum) e o ungiu rei em lugar de seu pai. Porquê Salum? Salum não era o primogénito e natural herdeiro do trono. Não se sabe o que aconteceu ao primogénito, Joanã, provavelmente já tinha morrido. Jeoacaz/Salum era também cerca de 2 anos mais novo que Jeoaquim, visto que tinha 23 anos quando começou a reinar e reinou apenas 3 meses; e Jeoaquim, que subiria ao trono logo a seguir, tinha 25 anos quando começou a reinar.
 
Talvez “o povo da terra” tivesse escolhido Salum por causa do caráter de Jeoaquim, descrito em Jr 22:13-19?
 
Jr 22:1-12 – Jeremias desce à casa do rei de Judá. Jeoacaz/Salum?
 
Apenas um comentário acerca de Salum/Jeoacaz em Jeremias:
 
Jr 22:10-12 – Não choreis o morto [refere-se a Josias], nem o lastimeis; chorai amargamente aquele que sai [que é Salum, que sairia, deportado para o Egipto]; porque nunca mais tornará, nem verá a terra onde nasceu. Porque assim diz o senhor acerca de Salum, filho de Josias, rei de Judá, que reinou em lugar de Josias seu pai, e que saiu deste lugar. Jamais tornará para ali. Mas no lugar para onde o levaram cativo morrerá, e nunca mais verá esta terra.
 
Quando Faraó Neco voltou da sua expedição a Carquemis, onde foi vitorioso, mandou prender Jeoacaz em Ribla, na terra de Hamate, para não reinar em Jerusalém. Jeoacaz morreria no Egipto (2Rs 23:34).
 
Neco impôs um imposto à terra (2Rs 23:31-33; 2Cr 36:1-3). E em lugar de Jeoacaz, colocou no trono o irmão dele, Eliaquim, cujo nome mudou em Jeoaquim.
 
Judá deixara de ser uma nação independente, para novamente ser um vassalo do Egipto.