Eliaquim, filho de Josias, é feito rei por Faraó Neco aos 25 anos, em
substituição de Jeoacaz que foi levado para o Egipto, e muda o seu nome em
Jeoaquim.
A partir de agora, o fim do reino de Judá
aproxima-se a passos largos, e os acontecimentos precipitam-se. As profecias de
Jeremias deixam claro que o fim de Jerusalém está perto e que não há como
escapar ao domínio da Babilónia e ao exílio, aliás, é aí que residirá a sua
salvação. Mas as suas palavras não encontram ouvidos, nem no rei, nem no povo.
AH 3395 - princípio
do reinado de Jeoaquim
O
livro do profeta HABACUQUE parece datar dos primeiros anos do reinado de
Jeoaquim. Habacuque diz “eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa”
(1:6). Portanto, os caldeus ainda não tinham vindo. Os caldeus viriam contra
Jerusalém no 3º ano de Jeoaquim (Dn 1:1).
No princípio do reinado de Jeoaquim, Jeremias é enviado
pôr-se no átrio da casa do Senhor (Jr 26). As profecias que falou por essa ocasião correspondem aos
capítulos 7 a 9 (10?):
a mensagem junto ao portão do templo. A sua mensagem é de aviso: farei que
esta casa seja como Siló (Jr 26:6,9; comparar com 7:12, 14). Do modo como o
tabernáculo, que estava em Siló, fora destruído, também o templo seria
destruído.
Por causa destas palavras, os sacerdotes, os
profetas e todo o povo lançaram mão de Jeremias (Jr 26:7-24), e o acusaram, pedindo
a sua morte. Jeremias foi trazido perante um tribunal de príncipes, que ouviram
a sua defesa. Os príncipes não o consideram réu de morte e o povo mudou de
opinião. Também alguns anciãos defenderam Jeremias. Efetivamente, Jeremias foi
protegido pela influência de Aicão (2Rs 22:12 2Cr 34:20), filho de Safã, para
que não fosse entregue nas mãos do povo,
para ser morto. Aicão tinha sido um homem de confiança de Josias (2Rs
22:12; 2Cr 34:20).
Outro profeta, Urias, não teve a mesma sorte (Jr
26:20-23). Profetizou a mesma mensagem que Jeremias, mas o rei Jeoaquim
procurou matá-lo. Urias fugiu para o Egipto, mas foi perseguido e trouxeram-no
de volta para o matar.
AH 3397 – 3º ano de
Jeoaquim
No 3º ano de Jeoaquim, Nabucodonosor, da Babilónia, subiu
contra Jerusalém e a sitou. O rei Jeoaquim
foi-lhe entregue nas mãos (Dn 1:1-2). Por essa ocasião, Nabucodonosor levou
também alguns dos utensílios da casa de Deus para a terra de Sinear, os quais
pôs no seu templo.
De
acordo com Daniel 1:1-4, por ocasião desta primeira incursão de Nabucodonosor
contra Jerusalém, um grupo de jovens foi deportado para
Babilónia, constituído de jovens da linhagem real e dos nobres. Entre estes
encontrava-se o próprio Daniel e seus amigos, para receberem instrução no
palácio do rei da Babilónia.
Judá era agora vassalo de Nabucodonosor.
Jeoaquim serviu-o por 3 anos e depois rebelou-se (2Rs 24:1).
Na
Babilónia, Daniel e seus amigos foram indicados para receberem instrução no
palácio do rei (Dn 1:1-4). Ao fim de 3 anos seriam avaliados e passariam a
assistir diante do rei (Dn 1:6).
AH 3398 – 4º ano de
Jeoaquim
No 4º ano de Jeoaquim (na primavera ?), Faraó Neco
(Jer 46:2) foi, desta vez, derrotado na batalha de Carquemis, junto ao rio
Eufrates, por Nabucodonosor.
Jr 46 – profecia contra o
Egipto (depois da batalha de Carquemis). “A filha do Egito está envergonhada;
foi entregue nas mãos do povo do Norte” (Jr 46:24). “O rei do Egito nunca mais
saiu da sua terra; porque o rei de Babilónia tomou tudo quanto era dele, desde
o Ribeiro do Egito até ao rio Eufrates” (2Rs 24:7).
A batalha
de Carquemis é datada 605 a.C. , tendo ocorrida no 21º e último ano de
Nabopolassar, rei da Babilónia. Segundo as Crónicas Babilónicas Nabopolassar
morreu em 8 de Av (5º mês) e Nabucodonosor voltou para a Babilónia para ocupar
o trono como rei da Babilónia em 1 Elul (6º mês).
Segundo Jr 25:1, o 1º ano de Nabucodonosor como rei da Babilónia corresponde ao 4º ano de Jeoaquim.
Nota:
Alguns alegam que há um paradoxo entre Dn 1:1 e Jr
25:1 e, para resolver o paradoxo, dizem que Nabucodonosor veio contra
Jerusalém, não no 3º (como está escrito em Dn 1:1), mas no 4º ano de Jeoaquim, depois da derrota do Egipto contra Babilónia em Carquemis, e que Daniel foi
levado para Babilónia no 4º ano de Jeoaquim, porque o 4º ano de Jeoaquim é o 1º
de Nabucodonosor.
Para justificar isto, argumentam que o 3º ano de
Jeoaquim em Dn 1:1 é na realidade o 4º ano de Jeoaquim, porque Daniel teria
utilizado a maneira babilónica de acesso ao trono e não a hebraica…
No entanto, esta teoria não tem qualquer apoio
bíblico. Dn 1:1 afirma claramente que Nabucodonosor veio contra Jerusalém no 3º
ano de Jeoaquim; mas não afirma que foi no 1º de Nabucodonosor. Dn 1:1 é uma
simples afirmação de identificação, isto é: o Nabucodonosor que veio e cercou
Jerusalém no 3º ano de Jeoaquim é o mesmo que ascendeu ao trono e se tornou rei
no ano seguinte (Jr 25:1). E Jr 46:2 diz que Faraó Neco foi ferido em Carquemis
no 4º ano de Jeoaquim.
Portanto, Daniel foi levado para Babilónia antes da
batalha de Carquemis.
Isto também tem apoio nos 3 anos que Daniel estudou
na Babilónia antes de ser avaliado, e a explicação do sonho de Nabucodonosor no
2º ano deste rei (Dn 2:1), como se vê no seguinte esquema:
AH
|
a.C.
|
Jeoaquim
|
Daniel
|
Nabucodonosor
|
3397
|
606
|
3º ano
|
1º ano
como estudante na Babilónia
|
Vem
contra Judá como príncipe e general do exército
|
3398
|
605
|
4º ano
|
2º ano
|
1º ano de
Nabucodonosor como rei
|
3399
|
604
|
5º ano
|
3º ano.
Avaliação.
Explicação
do sonho
|
2ºano
O sonho
da estátua
(Dn 2)
|
Entretanto,
em Jerusalém (Jr 25 ):
Jeremias
falou durante 23 anos, desde o 13º ano de Josias, mas não foi escutado, agora
viria o juizo. Ele avisa o povo de que Deus designou Nabucodonosor como rei dos
reis, e que todas as nações (elencadas nos vs. 18-26), incluindo Israel, o
deviam servir. “ …Eis que mandarei buscar todas as tribos do Norte, diz o
SENHOR, como também a Nabucodonosor, rei da Babilónia, meu servo, e os trarei
contra esta terra, contra os seus moradores e contra todas estas nações em
redor, e os destruirei totalmente, e os porei por objeto de espanto, e de
assobio, e de ruínas perpétuas…Toda esta terra virá a ser um deserto e um
espanto; estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos. Acontecerá, porém,
que, quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniqüidade do rei da
Babilônia e a desta nação, diz o SENHOR, como também a da terra dos caldeus;
farei deles ruínas perpétuas. …
Em Jr 46-49 estão as cartas
que Jeremias, naquela altura, enviou a todas estas nações.
Ainda no 4º ano de Jeoaquim, Deus ordena a Jeremias
de escrever num livro todas as palavras que lhe tinha falado desde o princípio nos
dias de Josias (Jer 36:1-4). Para o fazer, Jeremias chamou Baruque, o escriba,
filho de Nerias, que escreveu tudo o que Jeremias lhe ditou. Parece que Baruque
se lamentou e ficou triste por causa de todos os juizes que viriam, ao que
Jeremias lhe respondeu que Deus lhe pouparia a vida (Jr 45:1-5).
AH 3399 – 5º ano de
Jeoaquim – 9º mês (Chislev, novembro/dezembro)
Jr 36:5-10 - Jeremias envia Baruque ler as palavras que escreveu, na casa do
Senhor, no dia do jejum apregoado no 9º mês. Não é explicado o porquê deste
jejum. Por causa da seca (Jr 14)? Por causa do medo de Nabucodonosor?
Segundo
Ussher, este jejum seria em lembrança da calamidade que aconteceu no 3º ano de
Jeoaquim.
Jeremias enviou Baruque porque, nessa altura,
Jeremias estava impedido de entrar no
templo, provavelmente em consequência do que acontecera uns anos antes (Jr 26).
Ele não estava efetivamente “encarcerado” (Jr 36:5), porque não há menção de
ter sido preso.
Jr 36:5-26 - Um certo Micaías ouviu as palavras e relatou-as a vários príncipes,
que ficaram atemorizados. Disseram a Baruque que ele e Jeremias deviam esconder-se
(se estivesse preso, não haveria onde esconder-se). Depois levaram o rolo ao
rei Jeoaquim e leram-no diante dele. O rei corta o livro com um canivete a
lança-o no fogo, apesar de alguns dos príncipes insistirem com ele para não o
fazer. O rei deu ordem para prender Baruque e Jeremias, mas o Senhor os havia
escondido.
Jr 36:27-32 - Deus diz a Jeremias para escrever
tudo de novo e acrescentar-lhe mais.
Acerca de Jeoaquim disse: v.30 «Não terá quem se
assente no trono de Davi, e o seu cadáver será largado ao calor do dia e à
geada da noite. Castigá-lo-ei e a sua descendência e os seus servos por causa
da iniquidade deles; sobre ele, sobre os moradores de Jerusalém e sobre os
homens de Judá farei cair todo o mal que tenho falado contra eles, e não
ouviram.» (ver também Jr 22:13-19).
Entretanto, na Babilónia, no 2º ano do reinado de
Nabucodonosor, o mesmo tem um sonho, o sonho da grande estátua (Dn 2). Este
episódio só pode ter ocorrido depois de Daniel e seus amigos terem terminado o
seu período de estudos de 3 anos e passado o “exame final” (Dn 1:18-20).
A interpretação do sonho confirma as profecias de
Jeremias. Nabucodonosor é “rei de reis, a quem o Deus do céu conferiu o reino,
o poder, a força e a glória; em cujas mãos foram entregues os filhos dos
homens, onde quer que eles habitem e os animais do campo e as aves dos céus,
para que dominasses sobre todos eles” (Dn 2:37-38). Daniel é posto por
governador de toda a província da Babilónia. Assim, o mundo estava debaixo da
influência de um homem de Deus, Daniel. Agora, ficou claro que rebelar-se
contra Nabucodonosor seria rebelar-se contra Daniel e Deus.
AH 3400-3401
Depois de Nabucodonosor ter investido contra Jerusalém
no 3º ano de Jeoaquim, este ficou servo de Nabucodonosor por 3 anos, mas depois
rebelou-se. Em consequência desta atitude, o Senhor enviou contra Jeoaquim
bandos de caldeus, e bandos de siros, e de moabitas e dos filhos de Amom;
enviou-os contra Judá para o destruir (2Rs 24:1-4).
Por causa dos exércitos dos caldeus e dos siros, os
recabitas foram refugiar-se em Jerusalém (Jr 35:11).
Jr 35 – Jeremias usa o exemplo dos recabitas que
continuavam fiel ao código rigoroso estabelecido pelo seu antepassado, ao
contrário do povo de Judá que não obedece ao seu Deus.
AH 3404 10º ano de Jeoaquim / 7º ano de Nabucodonosor
Jeremias 52:28 menciona que no 7º ano de
Nabucodonosor foram levados para o exílio 3023 judeus.
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