A profecia das Setenta Semanas de Daniel 9 dá uma duração
exata de tempo desde um ponto (desde
a ordem de saída) até outro ponto (até ao
Ungido) na história, dividida em três blocos (7 + 62 + 1). Nunca antes uma
profecia tinha sido tão precisa quanto ao tempo da vinda do Messias. As 70
semanas têm um claro sentido simbólico (ver mensagem sobre o Jubileu messiânico (agosto 2015). Mas, se
as 70 semanas tivessem um significado meramente figurativo, porquê especificar
a duração da espera? Porquê interligar várias ocorrências que se podem situar
no tempo e na história de modo a obter uma medida exata de tempo? Não tem
lógica haver uma interpretação literal?
O calendário judaico com os ciclos sabáticos (de sete dias,
sete anos e sete vezes sete anos) determinava a realidade do dia-a-dia do povo.
E embora tivesse implicações simbólicas e espirituais, no dia-a-dia era uma maneira
real de contar o tempo.
Seria portanto natural que os judeus fizessem contas com
base na aceitação de que as 70 semanas de Daniel representavam literalmente 490
anos. Se conseguirmos encontrar no tempo de Jesus provas de que eles estavam
efetivamente à espera do Messias, podemos concluir que a profecia de Daniel foi
interpretada literalmente pelo povo.
A expectativa messiânica no tempo de Jesus
Há várias referências no Novo Testamento que mostram que
existia entre o povo judeu, por altura em que Jesus nasceu e viveu, uma efetiva
expectativa messiânica.
Havia em Jerusalém um homem justo e piedoso chamado Simeão,
que esperava a consolação de Israel. O Espírito Santo tinha-lhe revelado que
ele não morreria sem ver o Cristo com os seus próprios olhos. E isto aconteceu
quando os pais de Jesus foram apresentar o menino no templo (Lc 2:25-35). Havia
também uma profetisa chamada Ana, que chegou no templo naquela mesma hora (Lc
2:36-38). Ela falava a respeito do menino
a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. Portanto, além de Simeão
e Ana, que receberam uma revelação especial do Espírito Santo, havia em
Jerusalém muitas pessoas que esperavam a redenção. Isto só se explica porque
havia uma data anunciada.
O rei Herodes, quando ouviu os magos a perguntarem pelo
recém-nascido Rei dos judeus, alarmou-se. Tertuliano, um dos antigos mestres da
Igreja (ca.155-230), alega que os herodianos, uma facção político-religiosa
apoiante da dinastia de Herodes, consideravam mesmo que Herodes era o Messias.
Herodes alarmou-se (Mt 2:3), porque o
verdadeiro Messias viria tirar-lhe o poder e o trono de Israel. Alarmado, sim, mas
não surpreso com a notícia dos magos, Herodes foi informar-se cuidadosamente
junto dos sacerdotes e escribas onde
o Cristo havia de nascer. Para Herodes, o menino Jesus era um rival a abater. O
facto de Herodes mandar matar todos os meninos de uma certa idade, em Belém e
arredores, mostra que ele levou muito a sério a notícia do nascimento do Rei
dos judeus.
Quando João Baptista apareceu no deserto anunciando que
estava próximo o reino dos céus, o povo estava
na expectativa, discorrendo todos no seu íntimo a respeito de João, se não
seria ele, porventura, o próprio Cristo (Lc 3:15). A preocupação da
comunidade religiosa em Israel era manifesta. De Jerusalém, sacerdotes e
levitas foram enviados a João ao Jordão para inquirirem se ele era o Messias
(Jo 1:19-21) ou se era “Elias”, o precursor do Messias como anunciado pelo
último profeta Malaquias (Ml 4:5). Esta expectativa entre o povo e os
sacerdotes demonstra que existia uma consciência do tempo.
Quando Jesus começou a pregar, disse: o tempo está cumprido (Mc 1:15). Isto não parece ser uma expressão
genérica. A palavra grega traduzida tempo é, aqui, kairos, que indica uma porção de tempo definida e limitada, contrariamente
a kronos que significa tempo em
geral. Esta porção de tempo pode ser uma alusão ao tempo predeterminado e
anunciado por Daniel, já que foi a única vez em que um tempo tinha sido profeticamente
definido com tamanha precisão. Estavam naquele momento cumpridas as 7 e 62
semanas “até ao Ungido”. A 70ª semana – a última semana antes do jubileu
messiânico – tinha dado início.
Uma vez disse Jesus às multidões: Quando vedes aparecer uma nuvem no poente, logo dizeis que vem chuva, e
assim acontece … Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu e,
entretanto, não sabeis discernir esta época (kairos)? (Lc 12:56),
dando a entender que eles sabiam em que época estavam vivendo mas que, contudo,
não a conseguiam discernir. Acerca de Jerusalém, antes de morrer, Jesus disse: Não reconheceste o tempo (kairos) da tua
visitação (Lc 19:41-44). Eles estavam na expectativa, mas não reconheceram
que foram de facto visitados.
O livro de Atos faz referência a várias figuras que
apareceram naquela época com reivindicações messiânicas num quadro
político-religioso. Estas figuras enquadram-se na expectativa mundana dos
judeus daquela época, na medida em que eles viam o Messias como uma figura
política forte, que os livraria do jugo de Roma. Quando os apóstolos foram
presos, e no Sinédrio se discutia o que se lhes havia de fazer, Gamaliel, um
fariseu, fez menção de duas outras figuras que tempos antes tiveram pretensões
messiânicas. Havia um certo Teudas, que insinuara ser alguém, e ao qual se
agregaram 400 homens. Mas ele foi morto e os seus seguidores dispersaram-se.
Depois deste, levantou-se Judas o Galileu, a quem aconteceu a mesma coisa (At
5:33-39). Este Judas o Galileu, no ano 6 d.C, liderara uma revolta contra o
regime dos procuradores romanos, mas a revolta falhou e ele foi executado.
Paulo chegou a ser confundido com o profeta egípcio (At
21:38) que sublevou e conduziu ao deserto 4.000 sicários no tempo de Félix
(52-58 d.C.). Esta história é contada por Josefo. De acordo com Josefo não
foram 4.000 mas 30.000 que se deixarem iludir por ele. O falso profeta egípcio
levou-os para Jerusalém numa tentativa de tomar a cidade, mas foram impedidos
por Félix e as tropas romanas[1].
Uma testemunha externa: Flávio Josefo
Flávio Josefo (de
nome judeu, Joseph Ben Matias) era um judeu da Palestina, originário de uma
família sacerdotal. Viveu de 37
a 101 d.C. No princípio da guerra romano-judaica, servia
como general no exército judeu, mas foi derrotado em Jotapata e entregou-se ao
general romano Flávio Vespasiano, que no ano de 69 se tornou imperador[2].
Josefo escreveu sobre a história de Israel em «Antiguidades Judaicas» e «A
Guerra dos Judeus». «A Guerra dos Judeus» é uma importante fonte de informação
sobre a Palestina no século I, especificamente no que diz respeito à guerra
civil judaica e à guerra entre judeus e romanos, que terminou com a destruição
de Jerusalém no ano 70 d.C., porque Josefo foi uma testemunha contemporânea de
todos os acontecimentos.
Josefo conta de vários homens, naquele mesmo tempo, que
reivindicavam ser “Cristo”. Ele menciona os mesmos que são referidos no Novo
Testamento, e vários outros. Durante o governo de Félix (53-60)[3],
o país estava infestado de ladrões, mágicos, falsos profetas, falsos messias, e
impostores que enganavam o povo com promessas de grandes acontecimentos.
Além disso, Josefo é uma testemunha contemporânea que vem em
defesa do tempo literal da profecia das Setenta Semanas. Ele dá testemunho do
rigor e da veracidade das predições de Daniel, dizendo que Daniel, não só
profetizou de eventos futuros, como também fizeram outros profetas, mas que também determinou o tempo do seu
cumprimento (Antiguidades, cap.11.7).
Outro testemunho externo: os Manuscritos do Mar Morto
Os Manuscritos do Mar Morto são rolos e fragmentos de rolos
descobertos entre 1947 e 1956 em várias cavernas em Qumran, na região do Mar
Morto. Trata-se de documentos escritos em aramaico, hebraico e grego que datam
aproximadamente entre 200 a .C.
e 68 d.C. A versão que prevalece é que os rolos foram escritos por uma
comunidade de Essénios, que vivia em Khirbet Qumran, que os esconderam nas
cavernas das rochas no tempo da revolta judaica em 66 d.C. e antes de serem
massacrados pelas tropas romanas. Estes manuscritos (alguns dos quais são
comentários e estudos de textos da Bíblia) ajudam a compreender o que os judeus
religiosos pensavam e acreditavam no final do período do Segundo Templo.
No seu geral, os textos messiânicos do Mar Morto e o conceito
que têm do Messias refletem uma certa semelhança com os ensinamentos dos
evangelhos e das epístolas de Paulo relativamente ao Messias, como também na
maneira como ambos se fundamentam nos textos proféticos da Bíblia hebraica. A
comunidade de Qumran mostrava uma esperança clara de que o Messias havia de vir
brevemente.
Entre os muitos fragmentos em que existem referências à
figura do Messias, há um fragmento (11Q13) que alude aos jubileus de Daniel 9[4]:
Ele (Melquizedeque) proclamará liberdade para eles, para
libertá-los da [dívida] de todas as suas iniquidades. E isto [acontecerá] na
primeira semana do jubileu que segue aos nove jubileus. E o dia [da expiação] é
o fim do décimo jubileu no qual expiação será feita para todos os filhos de [Deus}]
e para os homens da porção de Melquizedeque … Melquizedeque executará a
vingança dos juízos de Deus [neste dia, e eles serão libertados das mãos] de
Belial e das mãos de todos os esp[íritos do seu grupo].
Este texto mostra a compreensão que
os Essénios tinham de que o Messias seria um sacerdote segundo a ordem de
Melquizedeque, como Paulo ensina (Hb 5). Alinham com a doutrina cristã de que o
Messias seria um sacerdote que realiza a expiação e liberta os filhos de Deus
da culpa e de Belial (Satanás). Mostra também que ele vem executar juízo, a
vingança de Deus. E, para a defesa do nosso caso cronológico, vem mostrar que
levavam à letra a contagem em ciclos de jubileus que encontramos em Daniel 9
(e de que tratámos na mensagem sobre o Jubileu
messiânico (agosto 2015).
Até que venha Shiloh
Havia uma profecia muito antiga que, para os judeus,
revelava um tempo limite para a vinda do Messias, príncipe de Judá. O seu
cumprimento no tempo de Jesus mostra que os judeus naquele tempo sabiam (ou
deviam ter percebido, se tivessem olhos para ver) que o Messias estava no meio
deles. Trata-se da bênção profética dada por Jacob aos seus filhos no seu leito
de morte:
O ceptro não se arredará de Judá, nem o legislador de entre
os seus pés, até que venha Shiloh; e a ele obedecerão os povos (Gn 49:10).
O que é que esta profecia nos diz sobre o tempo da vinda do
Messias?
No meio judaico, esta profecia sempre foi considerada uma
profecia messiânica. O significado da palavra Shiloh é incerto. Mas a maioria dos comentadores favorece a
interpretação de que provém da raiz shalev,
que significa “pacífico”, donde conhecemos a palavra shalom, apontando assim para o Messias como Príncipe da Paz[5].
Se for dada uma diferente pontuação vocálica às consoantes[6],
a palavra Shiloh pode ser traduzida “de quem é”. E então podemos ler assim: o
ceptro não se arredará de Judá até que venha aquele de quem é (a quem pertence)
o ceptro. Esta interpretação liga Génesis 49:10 com Ezequiel 21:27 que diz: ela [a coroa] já não será, até que venha aquele a quem ela pertence de direito; a
ele a darei. Ezequiel, no exílio da Babilónia, estava a profetizar que a
sucessão no trono de Judá cessaria até à vinda do Messias. A coroa, que iria
dentro de pouco tempo ser removida da cabeça do último rei de Judá, já não
seria de ninguém até que viesse aquele a quem ela pertencia de direito. A coroa
real pertence de direito ao Messias, a Jesus. Esta foi a promessa feita a
David, confirmada a José (Mt 1:22-23) e a Maria (Lc 1:32).
Um ceptro é símbolo de autoridade e atributo de um rei. Judá
perdera o domínio sobre a terra de Israel quando Jerusalém foi destruída por
Nabucodonosor. O último rei foi para o exílio na Babilónia. Nunca mais um
descendente da casa de David se sentou no trono de Israel. Não havia rei, não
havia ceptro. A dinastia dos Macabeus (ou Asmoneus) e a dinastia dos Herodes
que chegaram a reinar temporariamente em Israel não eram de descendência
davídica. O seu ceptro não era legítimo em Israel.
Como explicar então que o ceptro não se arredou de Judá até que veio Shiloh? “Até que” indica
que Judá (os judeus) manteriam a sua
soberania até à chegada do Messias. Como, se o rei perdeu o seu ceptro? [7]
O ceptro, além de estar associado à autoridade de um rei,
era entendido pelos rabinos como estando associado à identidade da tribo ou
nação. A identidade dos judeus estava na Lei que os governava, dada por Deus,
seu verdadeiro Rei, e que fazia deles um povo debaixo de autoridade (um reino
teocrático). Na mente dos judeus, o ceptro estava relacionado com o seu direito
de aplicar a Lei de Moisés ao seu povo (autoridade judicial), incluindo o
direito soberano de vida e de morte. De acordo com Génesis 49:10, este direito
não seria retirado de Judá até que viesse o Messias.
Depois da destruição de Jerusalém, e debaixo da dominação
dos sucessivos impérios gentios (Babilónia, Pérsia, Grécia e Roma), Judá perdeu
a sua soberania e independência política (o ceptro do rei), mas sempre manteve
o seu “ceptro tribal”, ou seja a sua identidade social e religiosa como nação,
com o direito de viver de acordo com a sua lei. A seguir ao regresso do exílio,
foi estabelecido em Jerusalém um tribunal supremo, conhecido como o Sinédrio,
composto de sacerdotes, escribas e anciãos, com extensos poderes, inclusive o
poder de pronunciar a pena capital, de acordo com a lei. Exceto por uma
tentativa breve de Antíoco Epífanes na época helenística[8],
os dominadores gentios nunca interferiram no aspecto da religião, e a lei era a
essência da sua religião.
Porém, isto mudou no ano 6 d.C. O que aconteceu?
Arquelau, filho do rei Herodes e seu sucessor como etnarca
da Judeia, foi deposto e banido pelo imperador romano César Augusto, e
substituído por um procurador romano, de nome Copónio. A Judeia ficou reduzida
a uma simples província romana. O procedimento normal aplicado a todas as
nações sob o jugo de Roma era que Roma passava a ter a prerrogativa de
aplicação da pena capital[9].
O poder judiciário fora suprimido em Israel.
Isto deixou os judeus consternados. Quando os membros do
Sinédrio, contemporâneos de Jesus, viram retirado o seu direito de vida e de
morte foi uma desolação geral. O ceptro fora retirado de Judá e o Messias não
veio! Não perceberam, contudo, que o Messias já tinha nascido e se encontrava
entre eles.
É nesta condição que se encontrava a assembleia dos anciãos
do povo e os principais sacerdotes (o Sinédrio) quando responderam a Pilatos a nós não nos é lícito matar ninguém (Jo
18:31). Era a lei de Roma a sobrepor-se à lei de Moisés.
Apesar disto, foi o Sinédrio que decidiu da morte de Jesus
(Mt 26:3-4). Varões israelitas …vós o
matastes, crucificando-o por meio de iníquos (At 2:22-23). E depois disto,
ainda várias vezes os judeus transgrediram o decreto imperial, como no caso de
Estêvão (At 7:57-58) e de Tiago (At 12:2). Foi difícil para o povo judeu
reconhecer a perda do seu direito, do seu ceptro. Com o desaparecimento deste
poder soberano, o tempo fixado pela profecia de Jacob para a vinda do Messias
tinha irremediavelmente chegado. Mas o Sinédrio e a Sinagoga recusaram-se a
reconhecer o Messias na pessoa de Jesus e tentaram impedir o cumprimento da
profecia. Agarraram-se a este direito, cuja supressão era o sinal de que o
Messias já tinha vindo.
Este facto dá indicação suficiente do conhecimento em Israel
de que o tempo do Messias tinha chegado e, com isso, o cumprimento da profecia
das Setenta Semanas de Daniel.
Não dá, contudo, plena confirmação se o tempo das 70 semanas
é literal.
O Segundo Templo
Com um olhar retrospectivo, encontramos referências no Velho
Testamento que provam que a vinda do Messias havia de acontecer no período do
segundo templo (Ag 2:9; Ml 3:1), que é o templo que estava em pé no tempo de
Jesus. O templo que fora reconstruído por Zorobabel e Jesua, mais tarde enriquecido
por obras feitas a mando do rei Herodes mas, de facto, o mesmo templo. O
santuário a ser destruído na profecia de Daniel (Dn 9:26) só pode ser aquele
templo, porque a sua destruição foi consequência direta da rejeição do Ungido.
Quando estavam a construir o segundo templo, e o edifício
parecia pouca coisa aos olhos do povo que se lembrava da glória do anterior
templo de Salomão, o profeta Ageu disse: A
glória desta última casa será maior do que a da primeira […] e neste lugar
darei a paz (Ag 2:9). A glória do templo não residia na dimensão e na
beleza da construção, no ouro e na prata. Porém, a glória do segundo templo
ultrapassou a glória do primeiro, porque no segundo Jesus se manifestou em
pessoa.
Malaquias, o ultimo profeta do Velho Testamento, na sua
última mensagem (Ml 3:1), disse: Eis que
eu envio o mensageiro que preparará o caminho diante de mim; de repente virá ao
seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da aliança, a quem vós
desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos. Cerca de 500 anos
depois, encontramos Jesus no templo em Jerusalém – o templo que no tempo de
Malaquias acabara de ser construído – a expulsar os vendilhões e a ensinar.
Embora todos os testemunhos bíblicos e extra-bíblicos
apresentados acima atestem de uma manifesta expectativa messiânica na época
antes, durante e ainda depois de Jesus, receio que não conseguimos provar que
os 490 anos da profecia de Daniel se cumpriram literalmente. Teríamos que fazer
o trabalho de rever a história.
[1] Guerras dos Judeus
Livro II. Cap.13.3. Os sicários eram bandidos cujo nome tem origem no tipo de
espada que usavam.
[2] A sua própria história
e como passou para o campo dos romanos encontra-se no Livro III, capítulo 8 de
«A Guerra dos Judeus».
[4] Traduzido a partir de uma tradução inglesa do
fragmento original, publicado por Florentino Garcia Martinez, em Messianic
Hopes in the Qumran
Writings, in: Florentino Garcia Martinez e Julio Trebolle Barreira, The
People of the Dead Sea Scrolls, Leiden: Brill, 1995.
[5] Risto Santala, The Messiah in the
Old Testament in the Light of Rabbinical Writings, 1992. Santala apresenta
interpretações da tradição rabínica judaica normalmente desconhecidas para a
teologia cristã. Todas ilustram que Shiloh é o Messias.
[6] O Hebraico escreve-se apenas com consoantes.
Pequenos pontos e/ou tracinhos são acrescentados em cima, em baixo ou à
esquerda das consoantes para indicar a vocalização. O facto de a vocalização
ter sido feita posteriormente dá, por vezes, lugar a ligeiras variantes na
interpretação.
[7] A explicação que
apresentamos a seguir encontra-se em Abbé Augustin Lémann ,
Valeur de l’Assemblée qui prononça la
peine de mort contre Jésus-Christ. [1876]. Os irmãos Augustin e Joseph
Lémann eram israelitas convertidos ao catolicismo no final do século XIX.
Puseram os seus conhecimentos do Judaísmo e do Talmudismo ao serviço da fé
cristã, principalmente em meios judaicos.
[8] Perto do fim do período
helenístico, Antíoco Epífanes (o homem vil de Dn 11:21-31) interferiu nos
assuntos do templo e na nomeação do sumo-sacerdote; procurou abolir a prática
da lei, proibiu a circuncisão, aboliu o sacrifício diário no templo e profanou
o templo onde erigiu um altar ao deus grego Zeus e sacrificou uma porca. Mas
depois de alguns anos o culto foi restaurado e o templo purificado graças aos
Macabeus.
Boa tarde. Parabéns pelos seus estudos, muito edificantes. Em relação ás setenta semanas e todo universo criado em torno dessa profecia que confesso já me tirou muitas noites de sono, penso que o que dificulta termos um entendimento preterista disso tudo é justamente o livro de Apocalipse. Lá vemos as figuras que outrora foram mencionadas nos profetas tomando vida e lugar no contexto histórico do cristianismo. Antíoco Epífanes é um grande candidato a chifre pequeno, mas esse mesmo chifre pequeno aparece em apocalipse e o proprio Jesus cita o abonável da desolação muito tempo depois da morte de Antíoco.
ResponderEliminarObrigada pelo seu comentário. Penso que há dois pequenos chifres, o primeiro é Antíoco epífanes e o outro é Herodes. Escrevi sobre isto em duas mensagens em fevereiro e março 2016, e também nas últimas mensagens sobre Antíoco e os Asmoneus/Macabeus. Tenho uma interpretação preterista de grande parte do Apocalipse cujo contexto imediato penso ser o fim da Velha Aliança e o juízo derramado sobre os que rejeitaram Cristo e sobre a "velha" Jerusalém. Vejo um paralelo com o êxodo do Egito, os 40 anos no deserto, o juizo sobre uma geração descrente e a entrada na terra prometida de uma nova geração, e e começa de uma nova era espiritual. Entre o ano 30 e o ano 70 (destruição de Jerusalém) foram 40 anos de "deserto" e simultaneamente de oportunidade para uma geração crer no Messias. A Nova Jerusalém é a imagem espiritual que representa o tempo/templo presente, como o tabernáculo representava o contexto espiritual do tempo no deserto, o templo de Salomão o tempo da monarquia e o templo de Ezequiel representava espiritualmente o tempo entre o exílio e o início da Nova Aliança. É muito interessante analisar como evoluem ao longo das épocas os vários elementos que fazem parte do templo, a simbologia da "casa de Deus".
EliminarAleluia.
ResponderEliminarDescobri seu blog ontem e estou amando seus comentários, amo a palavra de Deus a amo estudar.
A profecia de Ageu sobre a glória da segunda casa e o desejável de todas as nações e por fim Deus dizendo minha é a prata e meu o ouro. Existe a possibilidade de o desejado de todas as Nações ser o dízimo visto que Deus se declara dono do ouro e da prata?
Me chamo Robert Candido, sou de Campinas-SP
EliminarO Desejado de todas as nações é Jesus Cristo
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