05/11/2016

DE CIRO A JESUS (3) – À espera do Messias


A profecia das Setenta Semanas de Daniel 9 dá uma duração exata de tempo desde um ponto (desde a ordem de saída) até outro ponto (até ao Ungido) na história, dividida em três blocos (7 + 62 + 1). Nunca antes uma profecia tinha sido tão precisa quanto ao tempo da vinda do Messias. As 70 semanas têm um claro sentido simbólico (ver mensagem sobre o Jubileu messiânico (agosto 2015). Mas, se as 70 semanas tivessem um significado meramente figurativo, porquê especificar a duração da espera? Porquê interligar várias ocorrências que se podem situar no tempo e na história de modo a obter uma medida exata de tempo? Não tem lógica haver uma interpretação literal?

O calendário judaico com os ciclos sabáticos (de sete dias, sete anos e sete vezes sete anos) determinava a realidade do dia-a-dia do povo. E embora tivesse implicações simbólicas e espirituais, no dia-a-dia era uma maneira real de contar o tempo.

Seria portanto natural que os judeus fizessem contas com base na aceitação de que as 70 semanas de Daniel representavam literalmente 490 anos. Se conseguirmos encontrar no tempo de Jesus provas de que eles estavam efetivamente à espera do Messias, podemos concluir que a profecia de Daniel foi interpretada literalmente pelo povo.

A expectativa messiânica no tempo de Jesus

Há várias referências no Novo Testamento que mostram que existia entre o povo judeu, por altura em que Jesus nasceu e viveu, uma efetiva expectativa messiânica.

Havia em Jerusalém um homem justo e piedoso chamado Simeão, que esperava a consolação de Israel. O Espírito Santo tinha-lhe revelado que ele não morreria sem ver o Cristo com os seus próprios olhos. E isto aconteceu quando os pais de Jesus foram apresentar o menino no templo (Lc 2:25-35). Havia também uma profetisa chamada Ana, que chegou no templo naquela mesma hora (Lc 2:36-38). Ela falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. Portanto, além de Simeão e Ana, que receberam uma revelação especial do Espírito Santo, havia em Jerusalém muitas pessoas que esperavam a redenção. Isto só se explica porque havia uma data anunciada.

O rei Herodes, quando ouviu os magos a perguntarem pelo recém-nascido Rei dos judeus, alarmou-se. Tertuliano, um dos antigos mestres da Igreja (ca.155-230), alega que os herodianos, uma facção político-religiosa apoiante da dinastia de Herodes, consideravam mesmo que Herodes era o Messias. Herodes alarmou-se (Mt 2:3), porque o verdadeiro Messias viria tirar-lhe o poder e o trono de Israel. Alarmado, sim, mas não surpreso com a notícia dos magos, Herodes foi informar-se cuidadosamente junto dos sacerdotes e escribas onde o Cristo havia de nascer. Para Herodes, o menino Jesus era um rival a abater. O facto de Herodes mandar matar todos os meninos de uma certa idade, em Belém e arredores, mostra que ele levou muito a sério a notícia do nascimento do Rei dos judeus.

Quando João Baptista apareceu no deserto anunciando que estava próximo o reino dos céus, o povo estava na expectativa, discorrendo todos no seu íntimo a respeito de João, se não seria ele, porventura, o próprio Cristo (Lc 3:15). A preocupação da comunidade religiosa em Israel era manifesta. De Jerusalém, sacerdotes e levitas foram enviados a João ao Jordão para inquirirem se ele era o Messias (Jo 1:19-21) ou se era “Elias”, o precursor do Messias como anunciado pelo último profeta Malaquias (Ml 4:5). Esta expectativa entre o povo e os sacerdotes demonstra que existia uma consciência do tempo.

Quando Jesus começou a pregar, disse: o tempo está cumprido (Mc 1:15). Isto não parece ser uma expressão genérica. A palavra grega traduzida tempo é, aqui, kairos, que indica uma porção de tempo definida e limitada, contrariamente a kronos que significa tempo em geral. Esta porção de tempo pode ser uma alusão ao tempo predeterminado e anunciado por Daniel, já que foi a única vez em que um tempo tinha sido profeticamente definido com tamanha precisão. Estavam naquele momento cumpridas as 7 e 62 semanas “até ao Ungido”. A 70ª semana – a última semana antes do jubileu messiânico – tinha dado início.

Uma vez disse Jesus às multidões: Quando vedes aparecer uma nuvem no poente, logo dizeis que vem chuva, e assim acontece … Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu e, entretanto, não sabeis discernir esta época (kairos)? (Lc 12:56), dando a entender que eles sabiam em que época estavam vivendo mas que, contudo, não a conseguiam discernir. Acerca de Jerusalém, antes de morrer, Jesus disse: Não reconheceste o tempo (kairos) da tua visitação (Lc 19:41-44). Eles estavam na expectativa, mas não reconheceram que foram de facto visitados.

O livro de Atos faz referência a várias figuras que apareceram naquela época com reivindicações messiânicas num quadro político-religioso. Estas figuras enquadram-se na expectativa mundana dos judeus daquela época, na medida em que eles viam o Messias como uma figura política forte, que os livraria do jugo de Roma. Quando os apóstolos foram presos, e no Sinédrio se discutia o que se lhes havia de fazer, Gamaliel, um fariseu, fez menção de duas outras figuras que tempos antes tiveram pretensões messiânicas. Havia um certo Teudas, que insinuara ser alguém, e ao qual se agregaram 400 homens. Mas ele foi morto e os seus seguidores dispersaram-se. Depois deste, levantou-se Judas o Galileu, a quem aconteceu a mesma coisa (At 5:33-39). Este Judas o Galileu, no ano 6 d.C, liderara uma revolta contra o regime dos procuradores romanos, mas a revolta falhou e ele foi executado.

Paulo chegou a ser confundido com o profeta egípcio (At 21:38) que sublevou e conduziu ao deserto 4.000 sicários no tempo de Félix (52-58 d.C.). Esta história é contada por Josefo. De acordo com Josefo não foram 4.000 mas 30.000 que se deixarem iludir por ele. O falso profeta egípcio levou-os para Jerusalém numa tentativa de tomar a cidade, mas foram impedidos por Félix e as tropas romanas[1].

Uma testemunha externa: Flávio Josefo

Flávio Josefo (de nome judeu, Joseph Ben Matias) era um judeu da Palestina, originário de uma família sacerdotal. Viveu de 37 a 101 d.C. No princípio da guerra romano-judaica, servia como general no exército judeu, mas foi derrotado em Jotapata e entregou-se ao general romano Flávio Vespasiano, que no ano de 69 se tornou imperador[2]. Josefo escreveu sobre a história de Israel em «Antiguidades Judaicas» e «A Guerra dos Judeus». «A Guerra dos Judeus» é uma importante fonte de informação sobre a Palestina no século I, especificamente no que diz respeito à guerra civil judaica e à guerra entre judeus e romanos, que terminou com a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., porque Josefo foi uma testemunha contemporânea de todos os acontecimentos.

Josefo conta de vários homens, naquele mesmo tempo, que reivindicavam ser “Cristo”. Ele menciona os mesmos que são referidos no Novo Testamento, e vários outros. Durante o governo de Félix (53-60)[3], o país estava infestado de ladrões, mágicos, falsos profetas, falsos messias, e impostores que enganavam o povo com promessas de grandes acontecimentos.

Além disso, Josefo é uma testemunha contemporânea que vem em defesa do tempo literal da profecia das Setenta Semanas. Ele dá testemunho do rigor e da veracidade das predições de Daniel, dizendo que Daniel, não só profetizou de eventos futuros, como também fizeram outros profetas, mas que também determinou o tempo do seu cumprimento (Antiguidades, cap.11.7).

Outro testemunho externo: os Manuscritos do Mar Morto

Os Manuscritos do Mar Morto são rolos e fragmentos de rolos descobertos entre 1947 e 1956 em várias cavernas em Qumran, na região do Mar Morto. Trata-se de documentos escritos em aramaico, hebraico e grego que datam aproximadamente entre 200 a.C. e 68 d.C. A versão que prevalece é que os rolos foram escritos por uma comunidade de Essénios, que vivia em Khirbet Qumran, que os esconderam nas cavernas das rochas no tempo da revolta judaica em 66 d.C. e antes de serem massacrados pelas tropas romanas. Estes manuscritos (alguns dos quais são comentários e estudos de textos da Bíblia) ajudam a compreender o que os judeus religiosos pensavam e acreditavam no final do período do Segundo Templo.

No seu geral, os textos messiânicos do Mar Morto e o conceito que têm do Messias refletem uma certa semelhança com os ensinamentos dos evangelhos e das epístolas de Paulo relativamente ao Messias, como também na maneira como ambos se fundamentam nos textos proféticos da Bíblia hebraica. A comunidade de Qumran mostrava uma esperança clara de que o Messias havia de vir brevemente.

Entre os muitos fragmentos em que existem referências à figura do Messias, há um fragmento (11Q13) que alude aos jubileus de Daniel 9[4]:

Ele (Melquizedeque) proclamará liberdade para eles, para libertá-los da [dívida] de todas as suas iniquidades. E isto [acontecerá] na primeira semana do jubileu que segue aos nove jubileus. E o dia [da expiação] é o fim do décimo jubileu no qual expiação será feita para todos os filhos de [Deus}] e para os homens da porção de Melquizedeque … Melquizedeque executará a vingança dos juízos de Deus [neste dia, e eles serão libertados das mãos] de Belial e das mãos de todos os esp[íritos do seu grupo].


Até que venha Shiloh

Havia uma profecia muito antiga que, para os judeus, revelava um tempo limite para a vinda do Messias, príncipe de Judá. O seu cumprimento no tempo de Jesus mostra que os judeus naquele tempo sabiam (ou deviam ter percebido, se tivessem olhos para ver) que o Messias estava no meio deles. Trata-se da bênção profética dada por Jacob aos seus filhos no seu leito de morte:
O ceptro não se arredará de Judá, nem o legislador de entre os seus pés, até que venha Shiloh; e a ele obedecerão os povos (Gn 49:10).

O que é que esta profecia nos diz sobre o tempo da vinda do Messias?

No meio judaico, esta profecia sempre foi considerada uma profecia messiânica. O significado da palavra Shiloh é incerto. Mas a maioria dos comentadores favorece a interpretação de que provém da raiz shalev, que significa “pacífico”, donde conhecemos a palavra shalom, apontando assim para o Messias como Príncipe da Paz[5].

Se for dada uma diferente pontuação vocálica às consoantes[6], a palavra Shiloh pode ser traduzida “de quem é”. E então podemos ler assim: o ceptro não se arredará de Judá até que venha aquele de quem é (a quem pertence) o ceptro. Esta interpretação liga Génesis 49:10 com Ezequiel 21:27 que diz: ela [a coroa] já não será, até que venha aquele a quem ela pertence de direito; a ele a darei. Ezequiel, no exílio da Babilónia, estava a profetizar que a sucessão no trono de Judá cessaria até à vinda do Messias. A coroa, que iria dentro de pouco tempo ser removida da cabeça do último rei de Judá, já não seria de ninguém até que viesse aquele a quem ela pertencia de direito. A coroa real pertence de direito ao Messias, a Jesus. Esta foi a promessa feita a David, confirmada a José (Mt 1:22-23) e a Maria (Lc 1:32).

Um ceptro é símbolo de autoridade e atributo de um rei. Judá perdera o domínio sobre a terra de Israel quando Jerusalém foi destruída por Nabucodonosor. O último rei foi para o exílio na Babilónia. Nunca mais um descendente da casa de David se sentou no trono de Israel. Não havia rei, não havia ceptro. A dinastia dos Macabeus (ou Asmoneus) e a dinastia dos Herodes que chegaram a reinar temporariamente em Israel não eram de descendência davídica. O seu ceptro não era legítimo em Israel.

Como explicar então que o ceptro não se arredou de Judá até que veio Shiloh? “Até que” indica que Judá (os judeus) manteriam a sua soberania até à chegada do Messias. Como, se o rei perdeu o seu ceptro? [7]

O ceptro, além de estar associado à autoridade de um rei, era entendido pelos rabinos como estando associado à identidade da tribo ou nação. A identidade dos judeus estava na Lei que os governava, dada por Deus, seu verdadeiro Rei, e que fazia deles um povo debaixo de autoridade (um reino teocrático). Na mente dos judeus, o ceptro estava relacionado com o seu direito de aplicar a Lei de Moisés ao seu povo (autoridade judicial), incluindo o direito soberano de vida e de morte. De acordo com Génesis 49:10, este direito não seria retirado de Judá até que viesse o Messias.

Depois da destruição de Jerusalém, e debaixo da dominação dos sucessivos impérios gentios (Babilónia, Pérsia, Grécia e Roma), Judá perdeu a sua soberania e independência política (o ceptro do rei), mas sempre manteve o seu “ceptro tribal”, ou seja a sua identidade social e religiosa como nação, com o direito de viver de acordo com a sua lei. A seguir ao regresso do exílio, foi estabelecido em Jerusalém um tribunal supremo, conhecido como o Sinédrio, composto de sacerdotes, escribas e anciãos, com extensos poderes, inclusive o poder de pronunciar a pena capital, de acordo com a lei. Exceto por uma tentativa breve de Antíoco Epífanes na época helenística[8], os dominadores gentios nunca interferiram no aspecto da religião, e a lei era a essência da sua religião.

Porém, isto mudou no ano 6 d.C. O que aconteceu?

Arquelau, filho do rei Herodes e seu sucessor como etnarca da Judeia, foi deposto e banido pelo imperador romano César Augusto, e substituído por um procurador romano, de nome Copónio. A Judeia ficou reduzida a uma simples província romana. O procedimento normal aplicado a todas as nações sob o jugo de Roma era que Roma passava a ter a prerrogativa de aplicação da pena capital[9]. O poder judiciário fora suprimido em Israel.

Isto deixou os judeus consternados. Quando os membros do Sinédrio, contemporâneos de Jesus, viram retirado o seu direito de vida e de morte foi uma desolação geral. O ceptro fora retirado de Judá e o Messias não veio! Não perceberam, contudo, que o Messias já tinha nascido e se encontrava entre eles.

É nesta condição que se encontrava a assembleia dos anciãos do povo e os principais sacerdotes (o Sinédrio) quando responderam a Pilatos a nós não nos é lícito matar ninguém (Jo 18:31). Era a lei de Roma a sobrepor-se à lei de Moisés.

Apesar disto, foi o Sinédrio que decidiu da morte de Jesus (Mt 26:3-4). Varões israelitas …vós o matastes, crucificando-o por meio de iníquos (At 2:22-23). E depois disto, ainda várias vezes os judeus transgrediram o decreto imperial, como no caso de Estêvão (At 7:57-58) e de Tiago (At 12:2). Foi difícil para o povo judeu reconhecer a perda do seu direito, do seu ceptro. Com o desaparecimento deste poder soberano, o tempo fixado pela profecia de Jacob para a vinda do Messias tinha irremediavelmente chegado. Mas o Sinédrio e a Sinagoga recusaram-se a reconhecer o Messias na pessoa de Jesus e tentaram impedir o cumprimento da profecia. Agarraram-se a este direito, cuja supressão era o sinal de que o Messias já tinha vindo.

Este facto dá indicação suficiente do conhecimento em Israel de que o tempo do Messias tinha chegado e, com isso, o cumprimento da profecia das Setenta Semanas de Daniel.

Não dá, contudo, plena confirmação se o tempo das 70 semanas é literal.

O Segundo Templo

Com um olhar retrospectivo, encontramos referências no Velho Testamento que provam que a vinda do Messias havia de acontecer no período do segundo templo (Ag 2:9; Ml 3:1), que é o templo que estava em pé no tempo de Jesus. O templo que fora reconstruído por Zorobabel e Jesua, mais tarde enriquecido por obras feitas a mando do rei Herodes mas, de facto, o mesmo templo. O santuário a ser destruído na profecia de Daniel (Dn 9:26) só pode ser aquele templo, porque a sua destruição foi consequência direta da rejeição do Ungido.

Quando estavam a construir o segundo templo, e o edifício parecia pouca coisa aos olhos do povo que se lembrava da glória do anterior templo de Salomão, o profeta Ageu disse: A glória desta última casa será maior do que a da primeira […] e neste lugar darei a paz (Ag 2:9). A glória do templo não residia na dimensão e na beleza da construção, no ouro e na prata. Porém, a glória do segundo templo ultrapassou a glória do primeiro, porque no segundo Jesus se manifestou em pessoa.

Malaquias, o ultimo profeta do Velho Testamento, na sua última mensagem (Ml 3:1), disse: Eis que eu envio o mensageiro que preparará o caminho diante de mim; de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos. Cerca de 500 anos depois, encontramos Jesus no templo em Jerusalém – o templo que no tempo de Malaquias acabara de ser construído – a expulsar os vendilhões e a ensinar.

Embora todos os testemunhos bíblicos e extra-bíblicos apresentados acima atestem de uma manifesta expectativa messiânica na época antes, durante e ainda depois de Jesus, receio que não conseguimos provar que os 490 anos da profecia de Daniel se cumpriram literalmente. Teríamos que fazer o trabalho de rever a história.





[1] Guerras dos Judeus Livro II. Cap.13.3. Os sicários eram bandidos cujo nome tem origem no tipo de espada que usavam.
[2] A sua própria história e como passou para o campo dos romanos encontra-se no Livro III, capítulo 8 de «A Guerra dos Judeus».
[3] O mesmo Félix por quem Paulo foi ouvido em tribunal (Atos 23 e 24).
[4] Traduzido a partir de uma tradução inglesa do fragmento original, publicado por Florentino Garcia Martinez, em Messianic Hopes in the Qumran Writings, in: Florentino Garcia Martinez e Julio Trebolle Barreira, The People of the Dead Sea Scrolls, Leiden: Brill, 1995.
[5] Risto Santala, The Messiah in the Old Testament in the Light of Rabbinical Writings, 1992. Santala apresenta interpretações da tradição rabínica judaica normalmente desconhecidas para a teologia cristã. Todas ilustram que Shiloh é o Messias.
[6] O Hebraico escreve-se apenas com consoantes. Pequenos pontos e/ou tracinhos são acrescentados em cima, em baixo ou à esquerda das consoantes para indicar a vocalização. O facto de a vocalização ter sido feita posteriormente dá, por vezes, lugar a ligeiras variantes na interpretação.
[7] A explicação que apresentamos a seguir encontra-se em Abbé Augustin Lémann, Valeur de l’Assemblée qui prononça la peine de mort contre Jésus-Christ. [1876]. Os irmãos Augustin e Joseph Lémann eram israelitas convertidos ao catolicismo no final do século XIX. Puseram os seus conhecimentos do Judaísmo e do Talmudismo ao serviço da fé cristã, principalmente em meios judaicos.
[8] Perto do fim do período helenístico, Antíoco Epífanes (o homem vil de Dn 11:21-31) interferiu nos assuntos do templo e na nomeação do sumo-sacerdote; procurou abolir a prática da lei, proibiu a circuncisão, aboliu o sacrifício diário no templo e profanou o templo onde erigiu um altar ao deus grego Zeus e sacrificou uma porca. Mas depois de alguns anos o culto foi restaurado e o templo purificado graças aos Macabeus.
[9] Flávio Josefo menciona este facto em A Guerra dos Judeus, Livro 2, capítulo 7.1.

5 comentários:

  1. Boa tarde. Parabéns pelos seus estudos, muito edificantes. Em relação ás setenta semanas e todo universo criado em torno dessa profecia que confesso já me tirou muitas noites de sono, penso que o que dificulta termos um entendimento preterista disso tudo é justamente o livro de Apocalipse. Lá vemos as figuras que outrora foram mencionadas nos profetas tomando vida e lugar no contexto histórico do cristianismo. Antíoco Epífanes é um grande candidato a chifre pequeno, mas esse mesmo chifre pequeno aparece em apocalipse e o proprio Jesus cita o abonável da desolação muito tempo depois da morte de Antíoco.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada pelo seu comentário. Penso que há dois pequenos chifres, o primeiro é Antíoco epífanes e o outro é Herodes. Escrevi sobre isto em duas mensagens em fevereiro e março 2016, e também nas últimas mensagens sobre Antíoco e os Asmoneus/Macabeus. Tenho uma interpretação preterista de grande parte do Apocalipse cujo contexto imediato penso ser o fim da Velha Aliança e o juízo derramado sobre os que rejeitaram Cristo e sobre a "velha" Jerusalém. Vejo um paralelo com o êxodo do Egito, os 40 anos no deserto, o juizo sobre uma geração descrente e a entrada na terra prometida de uma nova geração, e e começa de uma nova era espiritual. Entre o ano 30 e o ano 70 (destruição de Jerusalém) foram 40 anos de "deserto" e simultaneamente de oportunidade para uma geração crer no Messias. A Nova Jerusalém é a imagem espiritual que representa o tempo/templo presente, como o tabernáculo representava o contexto espiritual do tempo no deserto, o templo de Salomão o tempo da monarquia e o templo de Ezequiel representava espiritualmente o tempo entre o exílio e o início da Nova Aliança. É muito interessante analisar como evoluem ao longo das épocas os vários elementos que fazem parte do templo, a simbologia da "casa de Deus".

      Eliminar
  2. Aleluia.
    Descobri seu blog ontem e estou amando seus comentários, amo a palavra de Deus a amo estudar.
    A profecia de Ageu sobre a glória da segunda casa e o desejável de todas as nações e por fim Deus dizendo minha é a prata e meu o ouro. Existe a possibilidade de o desejado de todas as Nações ser o dízimo visto que Deus se declara dono do ouro e da prata?

    ResponderEliminar