O corte das águas do Jordão tem uma explicação sismológica
e há registo de várias ocorrências semelhantes na história recente. É preciso
compreender um pouco a situação geográfica do vale do Jordão.
O vale do Jordão situa-se numa falha geológica
(afro-árabe) conhecida como o Grande Vale do Rift, que tem cerca de 5000 km. A
fratura começa no sudeste da Turquia e estende-se para sul (pelo vale do rio
Jordão, o mar da Galileia e o mar Morto) até ao Golfo de Aqaba. A partir deste
ponto, continua em direção sul numa linha paralela ao mar Vermelho até à
Etiópia, resultando na separação da Península Árabe e da África. Na base do mar
Vermelho divide-se em dois ramos. O ramo ocidental desce até Moçambique. Esta
falha é responsável pela criação dos grandes lagos da África Oriental (Turkana,
Albert, Edward, Kivu, Tanganyka, Malawi).
A cidade de Adão (v.16) é a atual Damiya, situada a
cerca de 30 km a montante do lugar onde os israelitas terão passado o Jordão.
Em dezembro de 1267, um sismo fez ruir parte da falésia ao longo do Jordão em
Damiya, represando a água e cortando o fluxo para jusante por cerca de 10
horas. Em janeiro de 1546, um sismo com epicentro perto da cidade de Nablus
(Schechem) fez parar o fluxo do Jordão durante cerca de 2 dias. Em 1927,
deslocações de terra causadas por um sismo represaram o Jordão por 21 horas
(Beitzel, 2009:p.50). Outros cortes do fluxo do Jordão, com uma duração de um
ou dois dias, terão ocorrido em 1906, 1834 e 1160 (Wood, 1990).
É possível que um evento semelhante tenha ocorrido
quando Israel passou o Jordão “de pé enxuto”.
Mas gostaria de
observar aqui que, apesar de uma explicação natural destas ocorrências, não
deixa de ser um milagre de intervenção divina. É a mão do Senhor a operar, quer
no Seu poder sobre a natureza, quer na Sua condução atempada do povo e na chegada
ao Jordão em hora oportuna, quer na inspiração divina de Josué, ou em todas
estas coisas juntas.
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