08/06/2015

DE JOSIAS AO EXÍLIO (5) – Zedequias

AH 3406 – início cativeiro de Joaquim e ano 0 de Zedequias

Joaquim reinou apenas 3 meses (em AH 3405) e 10 dias (em 3406) e rendeu-se a Nabucodonosor quando este veio cercar Jerusalém, no 8º ano do seu reino (2Rs 24:12). Leva cativo o rei Joaquim, os seus servos, príncipes, oficiais, os homens valentes, os artífices e ferreiros, os destros na guerra; e os mais preciosos utensílios do templo (2Rs 24:8-16; 2Cr 36:9-10).

Neste grupo incluía-se Ezequiel. Isto depreende-se do método de datação que Ezequiel usa, fazendo referência ao ano de cativeiro do rei Joaquim (Ez 1:1-2).

Alguns avançam a hipótese de que a deportação de 3.027 judeus no 7º ano de Nabucodonosor (Jr 52:28) se referee a este grupo. Mas o número de 3027 é muito baixo para os que foram levados para o exílio com Joaquim. Além disso, o 7º de Nabucodonosor corresponde à última metade do 10º ano  de Jeoaquim, e primeira metade do 11º. Joaquim reinou 3 meses na segunda metade do que é contado como o 11º de Jeoaquim (ver mensagem anterior sobre a sincronia Judá-Nabucodonosor).

ZEDEQUIAS.

O rei da Babilônia estabeleceu rei, em lugar de Joaquim, ao tio paterno deste, Matanias, de quem mudou o nome para Zedequias (2Rs 28:17).

Depois que Nabucodonosor levou em cativeiro a Jeconias (= Joaquim) na primavera do ano (2Cr 36:10), Jeremias tem uma visão, vê um cesto de figos bons e outro de figos ruins (Jeremias 24). Os bons figos representam os exilados de Judá, que Deus fará voltar a esta terra. Os figos ruins – representando os que não aceitam a dominação babilónica - serão consumados e destruídos.

Jeremias 29

Também depois que sairam de Jerusalém o rei Jeconias, Jeremias escreve uma carta ao povo deportado para Babilónia no mesmo sentido(Jr 29:1-20). Era necessário aceitar o exílio, edificar casas e habitar nelas; plantar pomares e comer o seu fruto; tomar esposas e gerar filhos e filhas; tomar esposas para seus filhos e dar suas filhas a maridos, para que tivessem filhos e filhas; multiplicar-se e não diminuir; procurar a paz da cidade porque na sua paz teriam paz. E, assim diz o SENHOR: Logo que se cumprirem para a Babilônia setenta anos, atentarei para vós outros e cumprirei para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-vos para este lugar.
              
No princípio do reinado de Zedequias, no 4º ano (Jer 28:1)

Jeremias 27 e 28

Deus fala através de Jeremias: «5. Eu fiz a terra … e a dou àquele a quem for justo. Agora eu entregarei todas estas terras ao poder de Nabucodonosor, rei da Babilónia, meu servo … Todas as nações o servirão a ele, a seu filho e ao filho de seu filho, até que também chegue a vez da sua própria terra … Mas a nação que meter o seu pescoço sob o jugo do rei de Babilónia, e o servir, eu a deixarei na sua terra, diz o Senhor, e lavrá-la-á e habitará nela … Metei o vosso pescoço no jugo do rei de Babilónia, servi-o, a ele a ao seu povo, e vivereis. Porque morrerias tu e o teu povo, á espada, à fome e de peste, como o Senhor disse com respeito à nação que não servir ao rei de Babilónia?»


AH 3415 - 9º ano de Zedequias – início do cerco

No dia 10 do 10º mês, do 9º ano de Zedequias, Nabucodonosor e seus exércitos vieram contra Jerusalém, acamparam-se contra ela e levantaram tranqueiras em redor (Jr 52:3-5; 2Rs 25:1), até ao 11º ano.

O início do cerco no 10º mês seria causa do jejum do 10º mês (Zac 8:19).


Durante o cerco (entre o 10º mês do 9º ano de Zedequias e o 4º mês do 11º ano de Zedequias)

Jeremias 34:1-8 (Jeremias ainda não estava preso)

Jeremias 37 - Os caldeus interromperam temporariamente o cerco a Jerusalém quando ouviram que Faraó saira do Egipto em socorro de Judá (Jr 37:1-10). Isto aconteceu no ano 10º de Zedequias.

Jeremias andava livremente entre o povo, e tentou sair da cidade, aproveitando a retirada do exército dos caldeus, para receber uma herança. Foi acusado de fugir para os caldeus e é preso  (Jr 37 e 38). Jeremias faz a escritura de compra de um campo em Anatote enquanto está preso (Jr 32).

Jeremias 34:8-22 - Zedequias fez aliança com o povo de Jerusalém para lhes apregoar a liberdade, despedir forro os seus servos. Todos entraram na aliança, despediram forro os servos, mas depois se arrependeram e os fizeram voltar. Os exércitos que tinham saído da cidade, voltariam e tomariam a cidade definitivamente, queimando-a.

Jeremias 33 - Jeremias está preso no pátio da guarda. Uma palavra de esperança sobre Jerusalém: o Renovo, a descendência de David.


AH 3417 - 11º ano de Zedequias

Jeremias 39, 52 - As tropas caldeus começaram a cercar Jerusalem no 9º ano de Zedequias, mas não a conseguiram tomar de assalto.  Por isso cercaram a cidade durante aproximadamente 18 meses até ao 11º ano de Zedequias.  Durante esse tempo, Jerusalém ficou isolada e privada de todo socorro e suprimentos de fora, e foi vencida pela fome.  No dia 9 do 4º mês (Av), os caldeus arrombaram a cidade e tomaram-na. Os homens de guerra fugiram de noite, mas foram perseguidos e apanhados. O rei foi preso, mataram os seus filhos à sua própria vista, depois vazaram-lhe os olhos e ficou encarcerado até ao dia da sua morte. (Jr 39:1-10; 52:5-11; 2Rs 25:2-7).

Este momento trágico passou a ser a razão do jejum do 4º mês (Zac 8:19), quando «se fez brecha na cidade».

Um mês depois, no 7º dia do 5º mês, no 19º ano de Nabucodonosor, Nebuzaradã, capitão da guarda, veio a Jerusalém e o exército dos caldeus deu o golpe final a Jerusalém (2Rs 25:8,9). No 10º dia, queimaram a casa do Senhor, a casa do rei, todas as casas e edifícios importantes de Jerusalém; derribaram os muros de Jerusalém (Jr 52: 12-27). 

Também este dia seria recordado com o jejum do 5º mês (Zac 8:19).

Grande parte da população foi deportada para vários distritos na Babilónia.    Ficaram apenas os mais pobres da terra. Também ficou Jeremias no meio do povo. Gedalias é feito governador; passa a habitar en Mispá. Mas uma facção anti-babilónica dirigida por Ismael, filho de Netanias, mata Gedalias no 7º mês, levando preso o povo (Jr 40-41).

Este acontecimento é mais um dia que passou a funcionar como um jejum comemorativo, o do 7º mês.          

O povo levado por Ismael foi libertado por Joanã, filho de Careá. Buscaram a vontade do Senhor sobre o que deviam fazer, mas contra a vontade d’Ele e contra o aviso de Jeremias, fugiram para o Egipto (Jr 42-44).

Aqui termina o período monárquico em Israel.

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